Além de correr para reabrir após semanas fechados, lojistas do Mercado Público adotam algumas iniciativas que preparem os espaços para novos alagamentos no Centro Histórico, hipótese que, infelizmente, não pode ser ignorada. Alguns estabelecimentos já estão funcionando, enquanto outros preveem retomar as atividades nos próximos dias. Reaberto no último sábado (16), o restaurante Naval, de 1907, trocou acabamentos de madeira na parede por porcelanato que a imita.
— Em 10 dias de obra, fizemos um restaurante novo, desde geladeiras, balcões refrigerados, paredes. A única coisa que ficou foi o piso. O prejuízo, somando folha, reforma e estoque passou dos R$ 400 mil — diz o empresário Jader Gomes, que também é dono do Rincón 74, no segundo piso, que não foi afetado.
Ao lado do Naval, o Gambrinus, inaugurado em 1889, ainda não conseguiu reabrir. À coluna, o proprietário, João Melo, disse que aguarda móveis feitos sob medida. Uma das características do restaurante é justamente o uso da madeira, o que continuará, mas com uma estrutura reforçada.
— Faremos a base dos balcões de aço com madeira por volta. Caso a água invada novamente, trocamos apenas a carcaça de madeira. O piso e os azulejos nas paredes, felizmente, ficaram intactos — diz Melo, que prevê reabrir o Gambrinus no final de junho.
Também está fechada a Banca 40, de 1927. O sócio João Bonnel Júnior investe R$ 200 mil para reabrir na segunda metade de julho. Balcões e outros móveis de madeira serão trocados pelos de aço. A equipe terá que ser reduzida de 18 pra 11 funcionários.
Obras continuam
O secretário municipal de Administração e Patrimônio, André Barbosa, diz que a pintura interna do Mercado, um pedido dos permissionários, será feita no segundo semestre. Do lado de fora, também será passada tinta na metade das paredes até onde chegou a água. As escadas rolantes serão consertadas até o final de julho.
— As coisas vão normalizando. Até semana que vem muitos mercadeiros que estão na fase final de suas obras reabrirão — diz Barbosa.
Dos 132 espaços para bancas, lojas e boxes do Mercado Público, 60% já foram reabertos. Ao todo, são 104 permissionários — alguns ocupam mais de uma loja, como é o caso da confeitaria Copacabana, que ocupa seis espaços, contando térreo e segundo piso.
Colaborou Guilherme Gonçalves
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jaques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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