Já era para o preço dos combustíveis ter subido. Os valores nas refinarias da Petrobras estão bastante defasados em relação ao mercado internacional. No diesel, está 12% (R$ 0,48) abaixo, proporção que chega a 19% (R$ 0,65) na gasolina. Antes de mudar a política de preços da estatal, 10% era o gatilho para alteração dos valores. Há distribuidora grande que já está estabelecendo cotas de venda aos postos, pois a procura aumenta, já que importar está bem mais caro.
A defasagem aumentou pela elevação das cotações do petróleo e do dólar, que influenciam os preços dos combustíveis mundialmente. Porém, aqui, a Petrobras passa pela sua maior crise deste mandato do presidente Lula, o que é motivo e consequência dos preços represados.
O presidente, Jean Paul Prates, corre risco de ser substituído pela sua rixa com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O nome à mesa é o do presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, que gera receio do mercado, pressionando para baixo as ações da empresa na bolsa de valores. Por mais que tenha apoiado a meta de déficit zero, ainda é visto como quem apoia gastos elevados.
Há, ainda, a política de dividendos - lucro dividido entre acionistas -, que não foram distribuídos na quantidade tradicional no último balanço. A informação que circula é de a Petrobras voltará atrás. O valor tinha sido retido para um efeito contábil, segundo o governo. A estatal tem um plano agressivo de investimentos para os próximos anos, com foco em transição para energias renováveis.
Em tempo, o litro da gasolina está em R$ 5,64 no Rio Grande do Sul e o do diesel, em R$ 6. Mesmo com o aumento agora, não chegariam nem perto dos patamares mais elevados já alcançados no Estado.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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