Um tradicional restaurante de Novo Hamburgo, com 70 anos, o O Bifão saiu da recuperação judicial. A empresa chegou a ter R$ 8 milhões em dívidas, situação que se agravou no período de atividades suspensas na pandemia. Metade dos funcionários foi dispensada e apenas a telentrega funcionava. Os débitos foram renegociados, garantindo o cumprimento do plano de reestruturação. Os créditos trabalhistas foram todos pagos e os demais estão sendo quitados como o previsto. Resta ainda uma negociação de impostos que está sendo feita.
O mais importante, que é a operação, se mantém. Conhecido pelos grandes bifes e pelo atendimento caseiro, o restaurante está atendendo com toda a sua capacidade e, inclusive, com melhorias, conta Janice Corrêa da Silva, filha do fundador e atual administradora do O Bifão. A empresa foi fundada em 1953 por Manoel Corrêa da Silva e sua esposa Jures, estava sendo administrado por outro familiar e foi assumido pelas filhas para a reestruturação.
- Estamos de vento em popa e seguimos lutando. Criamos o prato do dia, um prato feito chamado Mini Bifão e uma sequência de bifes para o cliente comer até quanto quiser. Também lançaremos a telentrega de novos congelados, como bife, feijão e massa - detalha Janine, exemplificando o investimento no negócio.
O processo de recuperação foi conduzido pelo escritório MSC Advogados. O consultor Robson Lima destaca a dedicação das irmãs:
- Elas colocaram o coração, voltaram para o salão do restaurante, à essência, para atender os clientes. Foi muito interessante a forma como abraçaram o projeto. Fizeram o que precisava, o que não é comum em empresas familiares - disse.
Lima concorda com a percepção da coluna de que aumenta o número de empresas que têm conseguido encerrar a recuperação judicial. Ele pondera que os escritórios têm feito uma pré-triagem dos casos e que os próprios credores de processos aprenderam a usar a ferramenta, que substituiu a antiga concordata e busca dar um fôlego para evitar a falência do negócio.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
