Não veio na visita do presidente Lula a liberação do crédito com juro subsidiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), esperado pelas grandes empresas atingidas pela enchente no Vale do Taquari. Na entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, já havia sinalizado que a frustração poderia ocorrer, ao dizer que os industriais serão ouvidos e que os bancos estavam analisando. Ou seja, sem grandes avanços, pois as empresas já têm participado de diversas reuniões — inclusive na sede do BNDES, no Rio de Janeiro — e enviado diagnósticos das suas necessidades para retomar negócios. A um empresário, o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, voltou a garantir que o pleito será atendido e que "não ficará só na promessa".
O que os empresários do Vale do Taquari esperam do governo federal não é esmola, como frisam com frequência. Querem dinheiro emprestado com juro acessível para pagar depois com um prazo compreensivo para quem enfrentou desastres. E mais: crédito que o governo prometeu na comoção do pós-enchente, há mais de seis meses. Melhor ainda seria a União devolver o imposto que a Justiça já decidiu que essas indústrias pagaram a mais, permitindo que se reconstruam sem mais dívida, com o próprio dinheiro.
Em tempo, estamos falando das maiores empregadoras das cidades da região, com as maiores arrecadações de impostos. Pelo diagnóstico, elas precisam de R$ 266 milhões, não é uma quantia tão alta.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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