De apenas 10 ruas de Porto Alegre, foram retiradas duas toneladas de fios que estavam inativos formando emaranhados horrorosos e perigosos nos postes de energia elétrica. Adiada em alguns dias pelo temporal que atingiu a cidade em janeiro, a força-tarefa da prefeitura recém começou e não data para ser finalizada. Também não há condições de estimar a quantidade que será retirada de material ao longo do trabalho, diz o secretário de Serviços Urbanos, Marcos Felipi Garcia. Por enquanto, foram percorridos 15 quilômetros.
Os fios tiveram que ser pesados em uma balança usada para caminhões. Depois, foram levados para a unidade de triagem do DMLU na Lomba do Pinheiro, onde se identificou que eles não têm valor comercial. Não surpreende, dado o descaso das operadoras de telecomunicações em deixá-los abandonados. Porém, é uma pena, já que poderiam render algum retorno financeiro ao município, que está tendo que direcionar servidores e contratar mais eletricistas para o trabalho. Uma empresa de logística reversa de Cachoeirinha, a Trade Brasil Recicle, aceitou recolher e destinar o material, sem custo para a prefeitura. Lembrando que os postes são da CEEE Equatorial, que aluga os espaços para as empresas de telefonia e internet.
A força-tarefa continuará e será reforçada quando ocorrerem as contratações de profissionais, o que precisa de aprovação da Câmara de Vereadores. A CEEE Equatorial está disponibilizando equipes suas duas vezes na semana e participa do mutirão quinzenal. Nos demais dias, o trabalho é feito pela prefeitura. O cronograma é divulgado com antecedência, diz o secretário Marcos Felipi Garcia, para que as operadoras de telecomunicações compareçam para não serem cortados fios ativos.
Até agora, João Pessoa, Nilo Peçanha e Ramiro Barcelos e José do Patrocínio estão entre as vias percorridas. Nesta segunda-feira (26), a força-tarefa segue na Avenida Otto Niemeyer, no bairro Tristeza.
Fiação subterrânea
Enterrar fios já pendurados é caro, se sabe, apesar das leis que determinam prazos para as cidades terem fiação subterrânea. Apesar do alto valor, ainda vale uma análise mais dedicada, haja vista os problemas que a cidade enfrenta em qualquer chuva mais forte. Porém, é incompreensível a dificuldade para que novos projetos possam ter seus fios embaixo do solo, sendo custeado pelas construtoras. No caso de Porto Alegre, empresas e prefeitura dizem que os projetos não são aprovados pela CEEE Equatorial. Oficialmente e por nota, a concessionária afirma que analisa e aprova quando se encaixam nas normas. A acionistas, justifica que haveria impacto na tarifa, reflexo esse, porém, que talvez os consumidores até estivessem aptos a aceitar. Em uma relação bastante tensa com a Equatorial recentemente, o prefeito Sebastião Melo já disse que não aprovará novos loteamentos em Porto Alegre sem fiação subterrânea.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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