O Rio Grande do Sul fechou 2023 com o registro de 50 falências de empresas. Isso representa um aumento superior a 50% sobre os registros do ano anterior, quando foram 33 ocorrências.
Já era prevista a elevação. Muitos negócios estavam com alto endividamento, agravado pelo cenário de juro alto. O início de 2023 ainda trouxe uma economia bastante travada, em parte com o receio com o resultado da eleição nacional, mas também por um mercado de crédito retraído, inclusive pelo rombo contábil na Americanas. Os indicadores melhoraram no segundo semestre, mas algumas empresas não tiveram fôlego para esperar.
Apesar da elevação, não é um número recorde. Longe disso, aliás. Segundo o monitoramento da Junta Comercial, outros anos tiveram mais falências. Em 2019, por exemplo, foram 92 registros.
Recuperação judicial
Mecanismo usado por empresas para evitar a falência, as recuperações judiciais tiveram um salto ainda maior. Foram 110 casos no Rio Grande do Sul, mais do que dobrando os 47 registros de 2022. A coluna percebe que, além do cenário econômico, mudou a forma como os empresários enxergam a ferramenta, recorrendo a ela com mais frequência. Antes, o receio e até a vergonha faziam com que não cogitassem ou deixassem mais ainda para a última hora, quando o negócio já estava quase quebrando. É provável que tenhamos mais casos de empresas que consigam reestruturar as finanças e sair da recuperação judicial.
Veja casos noticiados pela coluna ao longo de 2023:
Ainda sobre o assunto, relembre o podcast:
É assinante mas ainda não recebe a cartinha semanal exclusiva da Giane Guerra? Clique aqui e se inscreva.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
Leia aqui outras notícias da coluna