Não são só carros de passeio, caminhões e máquinas agrícolas que terão que abandonar o petróleo, mas também os aviões. Uma alternativa ao querosene é o SAF (Combustível Sustentável de Aviação, na tradução do inglês), menos poluente e de fonte renovável. Os motores e tanques das aeronaves não precisam ser alterados, o que é uma vantagem sobre a eletrificação.
Além de grande consumidor, o Brasil tem potencial para ser um forte produtor do bioquerosene, usando matérias-primas, como biomassa e óleos vegetais. Há uma planta-piloto no Rio Grande do Norte. Além disso, está entre as apostas da gaúcha Be8, de Passo Fundo, que já é a maior produtora de biodiesel no país. Algumas parcerias brasileiras também são feitas com a Finlândia, onde a petroleira Neste tem convertido refinarias convencionais para biorrefinarias e é a maior produtora mundial de SAF.
Para avançar, precisa de investimento, especialmente para reduzir o custo, mas o dinheiro vem quando há regulamentação, o que é, por agora, o maior desafio. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse estar trabalhando no projeto de lei com o Ministério de Minas e Energia e que o SAF está na agenda ambiental do Brasil.
- Estamos com meta de, até 2027, ter pelo menos 1% de SAF no querosene da aviação. É um projeto que temos desenhado e as companhias aéreas estão animadas - disse (ouça a entrevista na íntegra abaixo), referindo-se ao que se chama de marco regulatório, para dar segurança a um novo setor.
Portos do RS
Quando questionado sobre o projeto para construir um porto em Arroio do Sal, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, não o descartou, mas logo puxou demandas do porto de Rio Grande. Ele deixou claro que o governo federal pondera se é mais viável e eficaz construir um novo porto ou investir no que é preciso para turbinar a atividade do que já existe. Sobre Rio Grande, espera falar nesta segunda-feira (11) com o governador Eduardo Leite, pois estará em visita ao Estado.
- Vamos fazer um planejamento para 2024. Estamos trabalhando internamente em um plano de dragagem, que ainda não está definido.
O porto está passando por uma dragagem de manutenção, mas há pedidos para que ela seja periódica, sem necessidade de todo o processo de contratação. Também há demandas de obras que permitam receber embarcações maiores, especialmente para movimentação de contêineres.
Colaborou Kyane Sutelo
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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