A onda de solidariedade é bonita e importante, mas precisa ser assertiva. Deve-se atentar ao que realmente as comunidades atingidas pela enchente estão precisando. Voluntários que trabalham nos locais estão pedindo que não se leve, por enquanto, mais água, pois as doações deste item começaram ainda na segunda-feira e não há mais onde armazenar. Ponderação semelhante é feita para alimentos que precisam ser preparados, pois não há cozinhas suficientes.
Quais são os principais pedidos? Comida pronta ou lanches rápidos, além de sal e açúcar. Outros itens que os voluntários pedem: fósforo, vela, pasta e escova de dente, desodorante, sabonete, fraldas, absorventes, fio dental, roupa de cama, toalha de banho, roupa íntima, sacolas, saco de lixo, copo plástico, vassoura e rodo. Produtos de limpeza, em geral, serão necessários para limpar as casas. Em breve, a região precisará de material de construção, móveis, eletrodomésticos e outros utensílios para as residências.
Um pedido frequente também dos voluntários é por mão de obra. Alguns estão virando as noites retirando entulhos das construções destruídas, além de dar suporte aos desabrigados. Mas eles querem que se vá para trabalhar e não ficar olhando. Parece óbvio e chamou a atenção quando um dos voluntários ressaltou isso, mas, em seguida, o apelo foi feito por mais entrevistados. Uma delas, inclusive, usou o termo "turistas de enchente" para falar de quem fica passando com o carro "dentro do ar condicionado" para olhar o cenário da destruição, dificultando até o acesso a ruas ainda cheias de entulhos deixados pela água. Além de doações, pede-se, então, noção.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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