Mais uma vez a Rússia provoca tensão na economia por aqui. Desta vez, foi a decisão de limitar temporariamente a exportação de petróleo e diesel do país para estabilizar o mercado interno, o que pode desestabilizar o de vários países. Os russos se tornaram, em 2023, o maior fornecedor de diesel ao Brasil, que virou o segundo maior comprador deles.
No Rio Grande do Sul, os aumentos recentes já elevaram o litro para mais de R$ 6 ao consumidor, o que não ocorria desde fevereiro. Agora, o cenário é de alta no preço do combustível no Exterior e da cotação do petróleo, com o barril ultrapassando os US$ 90.
Nesta sexta-feira (22), já estão ocorrendo reajustes pontuais, além de alguns avisos de garantia de combustíveis a quem tem contrato com distribuidora. O preço da Petrobras está sem reajuste por enquanto, mas é sustentado exatamente pela compra de diesel russo. A aposta é de que a estatal anunciará alta na semana que vem, talvez esperando informações mais concretas da decisão da Rússia.
Como a Rússia é um tanto imprevisível e não se sabe exatamente como funciona a nova política de preços da Petrobras, nebuloso é o mínimo que pode-se dizer do cenário de preços de combustíveis.
Aperto na inflação
Petróleo e diesel em alta, vocês já sabem, pressionam inflação. O Banco Central previa volta de impostos neste ano nos combustíveis, mas não decisões políticas da Rússia. Se a situação piora, compromete a redução da taxa de juro Selic. Pode vir, ainda, pressão dos Estados Unidos, caso o país eleve o juro por influência do petróleo sobre a inflação norte-americana. Isso valoriza dólar e eleva inflação aqui.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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