Ex-jogador de futebol, Bruno Constantino é hoje CEO do Grupo Oscar, empresa familiar de São Paulo que comprou o braço de varejo do Grupo Paquetá, que também tem indústrias. São 59 lojas Paquetá e Gaston. O executivo falou sobre os planos ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha. Confira trechos abaixo e ouça a íntegra no final da coluna.
Qual a história da empresa?
Foi fundada em 1982 em São José dos Campos pelo meu pai, José Oscar Constantino, com suas duas irmãs. Ele chegou a ser vendedor de calçados quando garoto, depois foi trabalhar na indústria. Eu fui atleta de futebol profissional, comecei aos 14 anos. Há 11 anos, decidi parar de jogar, tinha vontade de participar dos negócios, já que eu vi as lojas crescendo desde criança. Eu brincava nos estoques, trabalhava no final de ano. Entrei na gestão da empresa, fui passando por várias áreas e, no ano passado, assumi como CEO em uma transição que planejamos por sete anos.
As marcas Paquetá e Gaston serão mantidas?
A ideia é manter Paquetá, Paquetá Esportes e Gaston. São muito importantes no cenário calçadista e varejista no Brasil, não somente no Rio Grande do Sul, muito lembradas pelos consumidores. O nosso trabalho será revitalizá-las, colocar produtos, deixar as lojas bonitas e fazer marketing. Não está no plano abrir loja Oscar no Rio Grande do Sul neste primeiro momento.
Como está a entrada na operação gaúcha?
O primeiro trabalho foi reabastecer lojas. Também mantivemos muitos empregos. Depois da homologação da UPI (unidade produtiva isolada), o plano é fazer uma integração com o nosso grupo. Tem muita sinergia de estrutura. Há muitas oportunidades para aumentar o número de lojas, tanto no Rio Grande do Sul como em Santa Catarina.
Os calçados vendidos são de produção nacional?
A grande maioria, a não ser os esportivos, que têm parcela importada. Sabemos que o Sul é um grande produtor. É fundamental que continue assim, valorizando a cadeia produtiva brasileira. Tem também Minas Gerais, São Paulo e Nordeste.
Como foi fazer essa compra com o varejo ainda retraído?
O mercado vem sendo impactado por baixa demanda, com inflação e inadimplência. Nós sentimos, é um cuidado que temos. Mas é o momento no qual aparecem boas oportunidades. Nosso grupo é familiar, relativamente conservador na gestão financeira, fizemos muitas análises e entendemos que seria um bom negócio na nossa estratégia de crescimento.
Ampliarão o e-commerce?
Na plataforma da Oscar Calçados, conseguimos crescer bastante as vendas nos últimos anos e já representam 10% do grupo. Já voltamos a operar o e-commerce do grupo Paquetá, que era na mesma plataforma. Muitas sinergias de estrutura. A ideia é manter e potencializar as vendas nas plataformas da Paquetá, Gaston e Paquetá Esportes. A experiência de loja física é importante, mas o online faz parte de uma jornada completa de compra do consumidor atual. Precisamos estar preparados.
Colaborou Yuri Falcão
Ouça a entrevista na íntegra:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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