O juro médio do rotativo do cartão de crédito teve, em julho, a primeira queda desde novembro de 2020. Ou seja, foram 31 meses de elevação da taxa, que é, disparada, a maior entre as operações de crédito ao consumidor.
No início da pandemia, o Banco Central cortou bastante a Selic para estimular a economia. Depois, a inflação começou a subir, o que levou ao aperto monetário que durou até recentemente. A redução da taxa básica da economia começou só agora, com o corte da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o que influenciou a redução no rotativo. A disparada da inadimplência também foi causa e consequência do juro alto.
Apesar da queda, cuidado. A taxa do rotativo segue altíssima, em 14,83% ao mês, o que significa 425,61% ao ano, segundo a pesquisa da Agência Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). Ou seja, mais do que quintuplica a dívida. Perceba que é uma média, ou seja, há taxas bem maiores, que superam 1.000%. Fuja do rotativo, pagando a fatura do cartão em dia, negociando o parcelamento antes do vencimento ou buscando um empréstimo menos caro.
O que está em discussão
As negociações em torno do rotativo do cartão de crédito, a linha de financiamento mais cara do país, ganharam fôlego nas últimas semanas. O rotativo do cartão é um tipo de crédito oferecido ao consumidor quando ele não faz o pagamento total da fatura até o vencimento. Bancos, porém, afirmam que teria que restringir o parcelamento sem juro no cartão, que é bancado pelo rotativo. O varejo, de imediato, manifestou-se contra, já que a opção é muito usada pelo consumidor. Mas a coluna ainda entrará com mais profundidade nesta discussão.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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