Bem acima das expectativas gerais do mercado, o crescimento de 1,9% do PIB brasileiro no primeiro trimestre trouxe um desempenho espetacular da agropecuária. O setor avançou cerca de 20% na comparação com o último trimestre de 2022 e com o mesmo período do ano passado. A safra recorde de soja foi o grande impulsionador. Ao contrário da segunda estiagem consecutiva no Rio Grande do Sul, outros Estados produtores tiveram produção extraordinária. Milho e fumo também foram muito bem, mas arroz caiu. O bom é que, apesar da seca aqui, a indústria de máquinas e outros segmentos do agronegócio vão bem porque fornecem para fora do Estado.
Agora, a preocupação está na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que apontou tombo forte de 3,4% no investimento privado. A despeito do crescimento na construção, a produção de bens de capital recuou. Eles são, por exemplo, maquinário que uma indústria compra se quer produzir mais. Ou seja, o indicador retrata a incerteza dos empresários para os meses seguintes, serve de termômetro.
Serviços subiram um pouco, a indústria caiu outro pouco. O consumo das famílias também não foi lá essas coisas. O agro deve continuar ajudando o PIB, mas as outras variáveis precisam reagir.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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