Um dos maiores credores da recuperação judicial de empresas da Gramado Parks é o Badesul, agência estadual de fomento vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul. Pela última lista, o total da dívida gira em torno de R$ 44 milhões, que somam financiamentos para implantação de dois parques turísticos da empresa na serra gaúcha: Snowland e Acquamotion.
Procurado pela coluna, o Badesul disse que não daria entrevista devido a "sigilo bancário". Acrescentou que a concessão do crédito à Gramado Parks seguiu "todos os ritos necessários" e que foram dadas garantias reais. Na lista de credores, porém, ele aparece como quirografário, categoria de credores que ficam para o final da lista de pagamentos, que costuma ser liderada por débitos com trabalhadores e fiscais.
A recuperação judicial de empresas da Gramado Parks foi autorizada pela Justiça ainda em abril e envolve três dos quatro negócios da companhia, que, juntos, somam uma dívida de R$ 452 milhões. São os braços de venda de multipropriedade, gestão de rodas-gigantes e de parques. Não está incluso, por enquanto, o GPK, de incorporações. Se considerar as dívidas também dele, o montante passaria para R$ 1,362 bilhão.
Por decisão judicial de semana passada, foram suspensos até esta terça-feira (2) alguns prazos do processo. Partiu de um pedido das empresas em recuperação e da securitizadora Fortesec, a principal credora do grupo, enquanto realizam a mediação de uma disputa societária. A família fundadora alega que o controle dos fundos de ativos do grupo está sob gestão de uma empresa que é controlada pela mesma companhia que controla a Fortesec.
Nota do Badesul na íntegra:
"O Badesul Desenvolvimento está acompanhando e avaliando a situação do Gramado Parks. A concessão do crédito seguiu todos os ritos necessários exigidos e possuímos garantias reais. No momento, não iremos nos manifestar por questões de sigilo bancário. O Badesul financiou a implantação do Snowland e do Acquamotion. Dois empreendimentos ligados ao Turismo. O Badesul foi a primeira instituição financeira a acreditar nos empreendimentos, pois somos fortes apoiadores do desenvolvimento regional no segmento do Turismo pelo seu impacto na geração de desenvolvimento, emprego e renda. Não temos relação com os empreendimentos imobiliários do grupo."
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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