Dentre os cinco empreendimentos que a Corio Generation, do Reino Unido, tem para gerar energia eólica instalando aerogeradores no mar no Brasil, os três que ficarão no Rio Grande do Sul são "prioritários", disse o responsável pelo desenvolvimento de projetos da empresa no país, Gustavo Affonso Ferreira. Ele participou de um painel que reuniu executivos de várias companhias globais que querem instalar parques eólicos nas águas brasileiras.
— Pelos estudos que fizemos, os custos dos projetos no Rio Grande do Sul são menores. Eles têm uma distância menor da costa e velocidade do vento favorável, então o investimento para gerar energia é mais baixo. Além disso, a região tem uma demanda de energia que chama a atenção e uma boa infraestrutura portuária — explicou Ferreira à coluna após o evento.
A vantagem logística é importante, segundo o executivo, porque toda infraestrutura de construção e manutenção dos parques eólicos no mar passa pelo porto, do armazenamento de componentes ao deslocamento por navio até plataformas. No caso da Corio, dos três projetos que tem em águas gaúchas, dois ficam próximos de Rio Grande e outro de Porto Alegre. No caso desse último, também seria viável usar o porto de Imbituba, diz Ferreira.
A coluna noticiou na semana passada que a capacidade de investimento para esses três projetos da Corio é de R$ 120 bilhões. Já há documentação no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), sob o nome Geradora Eólica Brigadeiro. Os empreendimentos são feitos em parceria com a brasileira Servtec, por meio de uma joint venture.
Sobre prazos, Ferreira explica que é difícil ter uma previsão enquanto a energia offshore não for regulamentada. Já há projetos de lei circulando no Congresso.
— Em ordem de grandeza, a ideia é ter o projeto pronto no começo da próxima década. Então, a gente começaria a construção no final da década, entre 2027 e 2028 — finalizou o executivo.
Ele participou do Wind of Change, evento que reuniu vários representantes e investidores de hidrogênio verde e de energia eólica offshore, organizado pelo Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Estado (Sindienergia-RS) e pela Viex. O memorando de entendimentos com o governo gaúcho seria assinado no evento, mas foi adiado.
Veja os projetos do grupo em licenciamento no Ibama:
Guarita Offshore (RS-06)
112 aerogeradores, 1.680 megawatts de potência instalada
Cassino Offshore (RS-07)
128 aerogeradores, 1.920 megawatts de potência instalada
Rio Grande Offshore (RS-08)
80 aerogeradores, 1.200 megawatts de potência instalada
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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