Quase um ano após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a venda do Grupo Big para o Carrefour por R$ 7,5 bilhões, houve mudança nos valores negociados. O gigante do varejo francês comunicou ao mercado que negociou com os vendedores uma redução de até R$ 1 bilhão no valor final.
Os motivos da redução do preço não foram detalhados pelo Carrefour no comunicado que enviou ao mercado financeiro. Na nota, se limitaram a dizer que é uma "contrapartida à quitação de determinadas obrigações". Segundo apuração do jornal Valor Econômico, o montante se refere a passivos trabalhistas de ações contra o Walmart (que mais tarde virou o Grupo Big) e que não foram colocados no balanços da rede antes da venda ao Carrefour.
Esse valor, de R$ 1 bilhão, será revertido para o Carrefour de maneira parcelada. Os primeiros R$ 350 milhões já foram pagos. Outros R$ 550 milhões entrarão na conta do Carrefour até 31 de maio de 2024, ajustados por Certificados de Depósitos Interbancários (CDI). Já a última parcela será variável, podendo chegar a R$ 100 milhões, a ser paga, também, até 31 de maio de 2024.
A novela envolvendo a compra do Grupo Big pelo Carrefour já está completando dois anos. A negociação incluiu 133 lojas na Região Sul e a venda de algumas unidades em solo gaúhco para evitar concentração de mercado. O Grupo Asun, aliás, comprou três dessas operações no Estado, em Gravataí e em Santa Maria. Uma outra loja, em Viamão, também iria para a empresa gaúcha, mas eles desistiram após divergências com o dono do terreno.
Das lojas que ficaram com o Carrefour, muitas delas já estão em processo de transformação, como a coluna vem noticiando. A ideia é que a marca Big seja extinta. Os hipermercados serão convertidos para as bandeiras Carrefour mesmo, Atacadão ou Sam's Club. A escolha dependerá da localização e do potencial do modelo de negócio de cada unidade. Só em janeiro, seis fecharam no RS para passarem pela mudança: Seis hipermercados comprados pelo Carrefour no RS serão fechados no dia 15 para reforma
Já a bandeira Nacional, antiga em supermercados gaúchos, deve ser mantida devido à sua presença local. No entanto, a marca deve ter acrescentados elementos da marca Carrefour, como o "C" do logotipo.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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