De qualquer forma, a decisão do governo federal sobre a volta dos impostos sobre os combustíveis não seria fácil. Só do ponto de vista econômico imediato, já ficaria entre a cruz e a espada. De um lado, há o impacto do aumento da gasolina na inflação em um mês que já virá com alta da conta de luz pela volta do ICMS sobre custos de transmissão e distribuição. Com o índice elevado, afasta ainda mais a possibilidade de o Banco Central reduzir o juro que trava crédito e investimento, até trazendo a sombra de alta da Selic. De outro lado, tem o impacto de quase R$ 30 bilhões ao ano nas contas públicas por manter a isenção, o que também acaba afastando investimento e provocando alta da inflação.
Está claro que Lula provocou a equipe a trazer uma solução mais sofisticada para o problema e, com isso, mais complexa. Pela demora na decisão, a quantidade de reuniões e as autoridades envolvidas, ficou evidente que não era só decidir entre prorrogar ou não e deu. Provavelmente, o espaço que o preço do petróleo deixa para que a Petrobras reduza em R$ 0,20 o litro da gasolina ajudou, mas tem mais por trás. Há expectativa para as novas decisões da estatal.
Chamou a atenção a opção por onerar mais a gasolina e beneficiar o etanol. Este governo tende a seguir uma linha mais voltada ao meio ambiente, o que a coluna já tinha especulado que poderia trazer o etanol de volta à cena por ser um biocombustível, de origem renovável.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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