O turismo de natureza foi um dos grandes responsáveis por turbinar a criação de empresas turísticas no Rio Grande do Sul nos últimos anos. Destinos ao ar livre e "no meio da natureza", como a Rota das Araucárias, no nordeste gaúcho, e a Rota Termas e Lagos, no norte, foram os que mais registraram crescimento na criação desse tipo de negócio durante a pandemia. A demanda por essas atrações aumentou bastante por conta da covid 19 e da busca das pessoas por espaços abertos.
A Rota das Araucárias, por exemplo, saltou da criação de 10 novos negócios em 2020 para 64 em 2022, considerando o saldo entre aberturas e fechamentos. Um crescimento de 540%. Ela engloba 20 municípios gaúchos, como Machadinho e Lagoa Vermelha. Além das atividades de natureza, tem também foco no turismo religioso, com a visitação de grutas e santuários.
Já a Rota Termas e Lagos, no norte do Estado, saltou de 57 empresas criadas em 2020 para 227 em 2022 — crescimento de 298%. Aqui, de acordo com a Secretaria do Turismo, foco também no turismo rural. No Vale do Jaguari, cujo crescimento na criação de empresas foi de 145%, destaque para atividades de ecoturismo e de aventura — também ligadas à natureza.
Em números absolutos, a região do Delta do Jacuí, que engloba Porto Alegre, lidera a criação de empresas. Foram 2.181 em 2022, mas vem perdendo força desde 2020, quando 2.465 negócios foram criados. Apesar disso, o número é alto, e segundo o novo secretário de Turismo, Vilson Covatti, também tem impacto do turismo de natureza:
— No Delta do Jacuí, a gente detectou que o turismo de aventura, de natureza, também acrescentou ao turismo já existente. Hoje é muito procurado o turismo ecológico, sustentável. Temos que projetar esse turismo, investir nele, com criação de rotas, infraestrutura e apoio — disse.
Os dados foram levantados à coluna pela Secretaria de Turismo em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e a Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul. A pesquisa levou em consideração todas as 27 regiões turísticas do Estado. Todas elas sempre tiveram saldo positivo, mas em oito rotas, o número de empresas criadas em 2022 foi menor do que em 2020. Destaque para a Imperial Carbonífera, que criou 76 empresas em 2020, e 34 em 2022 — uma queda de criações de 55%.
De acordo com o novo secretário, esses dados serão usados agora para projetar investimentos, inclusive com a segunda fase do programa Avançar.
— Vamos focar no turismo interno. Queremos que nosso turismo represente mais do que 4% do PIB do Estado. Também queremos investir em divulgar nossas atrações para fora do Rio Grande do Sul — diz o secretário.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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