Há uma manada de gente que tem a culpa por este dia de terrorismo em Brasília. Primeiro, é claro, estão os próprios vândalos. Esses são criminosos que têm a ousadia de usar roupas das cores do Brasil para destruir aquilo que o país lutou tanto para construir. Mais alguns culpados na lista são aqueles que foram negligentes na segurança em Brasília. Entre outros, acrescenta-se quem segue justificando os atos como resposta aceitável pelo inconformismo com o resultado da eleição. Não é, ponto.
Pessoas do “quanto pior, melhor” estão em todos os lugares, infelizmente, do mercado de capitais ao almoço de domingo da família. Não são a maioria, mas fazem barulho.
Nas redes, já recebo provocações de “como o mercado vai reagir?”. Instabilidade institucional pode até mexer, sim, com bolsa de valores e dólar. Mas a rejeição a esse tipo de comportamento tem que ser do cidadão, não do gráfico. O país colapsa, a economia também.
É Importante que entidades que eram bolsonaristas na eleição se posicionem contra o vandalismo. Pois uma coisa é posicionamento político, outra é crime. Em comunicado, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou ser “veementemente contra todo e qualquer tipo de manifestação antidemocrática” e pediu punição aos responsáveis, chamando os atos de terroristas.
“O Brasil elegeu seu novo presidente da República democraticamente, pelo voto nas urnas. A vontade da maioria do povo brasileiro deve ser respeitada e honrada. Tais atos violentos são manifestações antidemocráticas e ilegítimas que atacam os três Poderes de maneira vil. O governo e as instituições precisam voltar a funcionar dentro da normalidade, pois o Brasil tem um desafio muito grande de voltar a crescer, gerar empregos e riqueza e alcançar maior justiça social”, foi a fala de Robson Braga de Andrade, presidente da CNI, acrescentada à nota.
A coluna procurou as maiores entidades do setor produtivo no Rio Grande do Sul. Optaram por ainda não se manifestar. Porém, recentemente, no balanço de final de ano, o presidente da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Luiz Carlos Bohn, disse que seria “muito caro ao país” um presidente eleito não assumir, no sentido institucional e não financeiro.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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