Com as invasões em Brasília, piora o cenário para um indicador que está sensível há semanas: o juro. Além de importantíssimo para a economia toda, é a maior preocupação do empresariado para 2023. Quando há inflação, o juro sobe. É a ferramenta do Banco Central para controlar alta de preços. Os juros futuros vinham avançando com a preocupação maior de irresponsabilidade fiscal do governo federal.
Além de o vandalismo piorar a percepção de alguns sobre a a preocupação fiscal de Lula, a crise instalada na capital federal afasta investidores estrangeiros. Menos moeda norte-americana no mercado interno desvaloriza o real, o que provoca inflação e consequente alta de juro. O dólar sobe mais de 1% hoje. O Banco Central parou de elevar a Selic em 13,75%. Havia uma previsão de que reduzisse ainda no primeiro semestre. Porém, recentemente, essa projeção tem sido jogada para frente e o mercado tem previsto que os cortes serão menores até o final de 2023.
O juro deixa o crédito mais caro e fica mais difícil para inadimplentes colocarem as contas em dia, por mais que a maior parte da população nem saiba o que é Selic, a taxa referência do país. Agora, quem sabe direitinho o impacto do juro é o empresário. Recentemente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) disse que era a taxa que estava tirando o sono dos empresários do setor nos últimos meses. Ela tem sido apontada para leilões e concessões desertos, trava nos investimentos privados, ampliação de fábricas, abertura de lojas e geração de emprego e renda.
Em pregão volátil, bolsa cai, dólar e juro sobem, mesmo em dia positivo no Exterior.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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