Gera ansiedade a expectativa de que seja cancelada a extinção da Ceitec, fábrica de chips de Porto Alegre que entrou em liquidação em 2020. Ao programa Gaúcha+, da Rádio Gaúcha, a futura ministra de Ciência, Tecnologia e Inovações, Luciana Santos, garantiu que a revogação ocorrerá nos primeiros dias do governo Lula. Presidente da Associação dos Colaboradores da Ceitec (ACCEITEC), Silvio Luis Santos Júnior conta que a entidade trabalhou junto com o grupo de transição para produzir os documentos que deram base à decisão.
- A expectativa de um recomeço é grande, mas teremos que lidar com a perda de parte sensível do RH que dificilmente retornará - diz ele, referindo-se aos profissionais que deixaram a estatal.
Segundo ele, será feito um novo planejamento estratégico e outro plano de negócios com gestões técnicas.
- Esperamos que nos ouçam e criem um conselho com pessoas da área de microeletrônica e semicondutores para de fato compreenderem as oportunidades do negócio - completa, defendendo ainda políticas de microeletrônica nacional, estadual e municipal.
- Produtos como os tags RFID sempre foram competitivos e de alta qualidade - acrescenta.
Ele acredita que o foco inicial seria em sensores para as áreas da saúde, agrícola, industrial e automotiva, mesmo com uma necessidade de uma complexa certificação. Atualmente, são 67 funcionários de carreira divididos em áreas administrativas e fabril, que ficaram para manter uma operação mínima.
Criada em 2010, com sede em Porto Alegre, a empresa foi incluída pelo atual governo no Programa de Parcerias e Investimentos (PPI), inicialmente para ser privatizada. Sem compradores, o governo então decidiu prosseguir com a extinção da companhia, mas o processo de liquidação foi paralisado em 2021, em análise do Tribunal de Contas da União (TCU), ainda sem um desfecho do julgamento. A sua extinção passou a ser ainda mais questionada após a crise mundial de falta de chips, ocorrida na pandemia.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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