O valor pago em indenizações para consumidores com seguros mais do que dobrou em relação a 2019, ano anterior à pandemia. De janeiro a novembro de 2022, já foram R$ 7,3 bilhões no Rio Grande do Sul. No mesmo período de 2019, a quantia ficou em R$ 3,3 bilhões, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão ligado ao Ministério da Economia e que regula este mercado. Ou seja, uma alta de 120%. O valor engloba seguros de pessoas e bens, como veículos e automóveis.
Esse é um dos fatores pela disparada nos preços do próprio seguro em si. Presidente do Sindicato dos Corretores de Seguros do Rio Grande do Sul (Sincor-RS), André Thozeski explica que foram muito maiores os riscos, usados pelas seguradoras para formar os preços. Só o seguro de veículos subiu 48% em média no último ano na região metropolitana de Porto Alegre, aponta o IBGE. Ou seja, o aumento das indenizações é apontado como motivo para este serviço ter ficado tão mais caro para a população.
—A quantidade de ocorrências e os valores que custaram cada uma delas foram efetivamente muito maiores — diz o executivo.
Sobre o aumento de ocorrências, pesa o fato de que casos de acidentes com danos materiais subiram porque as pessoas voltaram a circular, após o distanciamento social durante a pandemia. Já em relação aos custos, escassez de matéria-prima e alta demanda elevaram os preços das peças dos veículos à mão de obra — itens, aliás, que sentiram alta acima da inflação. Já no seguro de pessoas, há impacto também da covid-19, cujos efeitos se refletiram no aumento dos sinistros.
Como o seguro é nada mais do que um grupo que paga para formar um montante a ser dividido entre as pessoas que precisa acioná-lo, ter menos gente também eleva o custo individual. E está cada vez mais difícil encaixar o seguro no orçamento familiar, especialmente o do carro. A boa notícia é que os valores variam bastante entre as seguradoras, o que abre espaço para economizar ao fazer uma boa pesquisa de cotações oferecidas, mas fique atento ao comparar se os serviços oferecidos são mesmo iguais.
Thozeski já enviou à coluna opções para reduzir o seguro do carro. Elas vão de cogitar aumentar o valor da franquia até não ter assistência 24h se não fizer viagens longas. Saiba mais: Oito opções para reduzir o seguro do carro
Ouça a entrevista de André Thozeski para o Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna