O Brasil já tem até uma associação de metaverso, o universo virtual que empresas de tecnologia estão buscando emplacar. Vejam só. Além disso, outra curiosidade de um evento que será realizado em Porto Alegre é que as pessoas poderão visitar - de forma online, claro - a casa da ex-modelo e empresária Luiza Brunet e também a da Maju Araújo, modelo internacional com Síndrome de Down.
As atividades do Expo Metaverso poderão ser realizadas presencialmente ou também ser acompanhadas de forma online. No local, a pessoa usará os óculos de realidade virtual para fazer os "passeios" em 3D. Quem quiser poderá fazer seu avatar em um plataforma criada pelo evento, aquele bonequinho que representa a pessoa na internet. Haverá, ainda, duas festas com DJ, que serão realizadas, também, de forma presencial e no metaverso. A organização aposta que a balada virtual será divertida.
A participação no evento será gratuita. Presidente da Associação Brasileira do Metaverso (ABMeta), Flávio Mayerhofer conta que a ideia, além das atividades inusitadas, é mostrar a empresas como elas podem atuar no metaverso. Entre as marcas presentes, a consultora Luciana Pontual destaca a Nokia e Qualcomm.
— Montadoras, como a BMW e a Porshe, estão criando e testando peças de motores dentro do metaverso, antes mesmo de construir os carros. Isso evita erros — exemplifica Mayerhofer.
A Expo Metaverso será realizada na sexta-feira (18) e no sábado (19). A versão presencial será no Tecnopuc. A gaúcha Meta4Chain investiu R$ 1,2 milhão na plataforma OniVerse, que será usada na transmissão. Cabines permitirão que usuários experimentem o metaverso, iguais às instaladas no South Summit, evento realizado em maio em Porto Alegre.
Sobre metaverso
1 - Mas o que é metaverso?
É um mundo, um universo virtual, com uma internet imersiva. Nele, as pessoas interagem e realizam as atividades que quiserem, como trabalhar, passear e comprar. Cada um monta seu avatar como quiser. Pode comprar roupas e calçados para vesti-lo, assim como pode construir a sua casa. O termo metaverso apareceu pela primeira vez em um livro de ficção científica chamado de Snow Crash (Nevasca), escrito por Neal Stephenson em 1992. As pessoas usavam o metaverso para escapar da realidade.
2 - Ele já existe?
O metaverso está em construção, e é considerado um complemento à internet. Já é possível "desfrutá-lo" em algumas plataformas, como jogos de videogame (Roblox, Minecraft e Fortnite), mas todas terão que ser interligadas para que ele alcance a ideia proposta. Dono do Instagram e do WhatsApp, o Facebook, por exemplo, mudou já seu nome para Meta e está criando um mundo virtual. A Microsoft anunciou avatares no Teams, plataforma que tem sido muito usada pelas empresas durante a pandemia. A realidade virtual e aumentada é usada para criar os ambientes. Por exemplo, um dispositivo colocado nos olhos, como aqueles grandes óculos, é usado para viver este mundo. Para sustentar esse fluxo todo de dados, a internet 5G é considerada essencial. No Brasil, ela começará a ser implementada em 2022.
3 - O que são os avatares?
São os "bonecos" que representam as pessoas no metaverso. A proposta de criar avatares já existe nos games há algum tempo, como no Second Life, criado em 2003. Mas o metaverso quer quebrar a barreira entre o mundo virtual e quem está por trás do avatar para que a pessoa viva esses dois mundos. Os futuristas listam possibilidades infinitas, inclusive o uso de hologramas para mesclar ainda mais o metaverso com a vida real. No Brasil, tem a Satiko, um avatar da Sabrina Sato criado para ser uma influenciadora digital do metaverso.
4 - Por que as marcas estão apostando no metaverso?
Porque marcas e empresas sempre querem estar perto do consumidor, e elas acreditam que as gerações Z e Alpha estarão no metaverso. Então, atentas a uma possível explosão comercial, várias companhias se agilizaram. A Ralph Lauren já vendeu 100 mil peças por lá, a Gucci comercializou bolsa por preços maiores do que o item real, a Nike comprou uma empresa que desenvolve tênis e acessórios virtuais, a Stella Artois patrocinou corrida de cavalo, a Lojas Renner inaugurou uma loja dentro do Fortnite, o Walmart começou a preparar sua entrada para vender de comida a itens para pets e o time de inovação da gaúcha Elevato analisa vender materiais para os avatares construírem suas casas.
5 - Como comprar no metaverso?
Por enquanto, depende da plataforma. Há, por exemplo, vitrines, onde você escolhe. O pagamento é feito por alguns tipos de criptomoedas. Você precisa ter uma carteira delas, como funciona, por exemplo, o investimento em bitcoin. Por trás, claro, está o "dinheiro real", que compram essas criptomoedas e também no qual elas podem virar no caso de o vendedor do produto negociá-las.
6 - O que é NFT?
A tradução é "Token não-fungível". É usado, por exemplo, para registrar a propriedade de itens virtuais usando a tecnologia blockchain, a mesma das criptomoedas, como o bitcoin. Se você fizer um quadro no metaverso e registrá-lo, sempre que alguém usá-lo, você ganhará dinheiro por isso. Já é usado em vários games.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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