Dobrou o tamanho da área cedida pelo Estado para a Aeromot construir uma fábrica de aviões e um centro tecnológico em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre. O terreno passou de 250 para 500 hectares no distrito industrial, área conhecida por ter sido destinada à montadora da Ford, investimento que acabou não ocorrendo.
O pedido inicial da Aeromot já buscava essa metragem. Como há vários pontos de proteção, a empresa quer escolher os melhores locais para instalar a estrutura. Além disso, uma nova parceria, além da já oficializada com a Diamond, deve ser anunciada em breve. Para fechar, conforme informações obtidas pela coluna no mercado e ainda não confirmadas pela empresa, trabalha-se para ter mais uma operação da montagem de aeronaves, incluindo helicópteros.
A ampliação da cessão onerosa foi publicada no Diário Oficial do Estado. O dispositivo foi criado pela Secretarial Estadual de Desenvolvimento Econômico com a Procuradoria Geral do Estado para evitar o que aconteceu com outras empresas, incluindo a Foton, que anunciou uma montadora de caminhões para o terreno, mas não construiu. A Aeromot terá um ano para fazer parte do investimento e obter o licenciamento. Somente depois disso, poderá adquirir e ter a posse do terreno. O prazo pode ser prorrogado por um ano ou até antecipado, no caso de os gatilhos serem atingidos antes, explicou na ocasião do anúncio o secretário de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin.
O investimento previsto é de R$ 300 milhões com 1,3 mil empregos. O faturamento de largada deve ficar entre R$ 300 milhões a R$ 500 milhões por ano. A primeira aeronave a ser produzida na unidade é a DA62. Há potencial de o empreendimento atingir um investimento de R$ 1 bilhão, com expansão a ser iniciada ainda antes de 2025. A Aeromot já tem uma unidade em Porto Alegre, onde comercializa a marca austríaca de aeronaves Diamond, que foi comprada por um grupo chinês e será a parceira da nova fábrica. A operação será mantida.
Além do avião de entrada na produção, que é de um modelo já existente e movido a combustão, o CEO Guilherme Cunha, durante evento ainda em setembro, projetou para o futuro a fabricação de aviões elétricos e a hidrogênio verde. A estrutura terá uma pista de 1,8 mil metros, que atende a aviação executiva, e hangares. Um centro de pesquisa e desenvolvimento estudará novos materiais, como grafeno. Muitos dos empregos serão para profissionais especializados, que terão de ser formados em parcerias que a Aeromot pretende fechar com instituições de ensino. As aeronaves serão para mercado interno e para exportar à América Latina.
Ouça o programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha, que trouxe detalhes do investimento:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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