Transportadoras estão evitando circular pelas rodovias federais e estaduais no Rio Grande do Sul com bloqueios decorrentes de manifestações realizadas por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na eleição de domingo (30). De acordo com o vice-presidente de Transportes do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga e Logística do Estado (Setcergs), Diego Tomasi, os desvios de rotas são feitos até mesmo por segurança.
Ainda assim, segundo o vice-presidente, os bloqueios já estão ocasionando atrasos nas cargas. Por enquanto, as transportadoras estão ampliando em um dia os prazos de entrega, o que irá aumentando até a situação se normalizar.
Pelo último levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM), 33 trechos estão bloqueados — alguns total, outros parcialmente. São rodovias que fazem conexões de importantes setores produtivos, em regiões como a Serra, Norte, Sul, Missões e Região Metropolitana.
A coluna também consultou a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) e o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Rio Grande do Sul (Sulpetro). Ambas as instituições se demostraram preocupadas com os bloqueios. No caso dos postos, leitores notaram aumento no preço da gasolina em alguns postos de combustíveis de regiões da Serra e da Região Metropolitana.
Presidente da rede Supermago, Jacinto Machado disse que o efeito tende a ser sentido nas lojas em dois dias. Hortigranjeiros, por exemplo, têm um giro mais rápido, com reposição de maior frequência para não estragarem.
A demora para Jair Bolsonaro fazer uma manifestação se encarrega de acirrar ainda mais os ânimos. Há o receio de que ele conteste o resultado das eleições, gerando uma crise institucional no país.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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