Nem Jair Bolsonaro nem Lula trouxeram informações relevantes no debate presidencial da TV Globo. Na verdade, nem para outras áreas. Para o mercado financeiro, o mais importante veio depois. Em entrevista, Bolsonaro afirmou que não haverá questionamentos sobre o vencedor da disputa: “Não há a menor dúvida: quem tiver mais votos leva”. Foi a segunda vez na semana. Em outra ocasião, no Palácio da Alvorada, chegou a citar as urnas eletrônicas ao fazer afirmação semelhante. A declaração mais próxima da eleição ganha peso.
Sim, é 2022 e estamos vendo essa discussão. Mas ela está posta pelos meses em que Bolsonaro contestou o processo eleitoral, gerando seus efeitos. É fato. Na última semana, se falou muito no mercado financeiro sobre o risco de enfrentarmos o que chamam de "terceiro turno" se ele insistisse nesse posicionamento de questionar o resultado do pleito, arrastando incertezas e adiando decisões de negócios. O efeito prático disso é contenção de investimentos, desvalorização de ações e oscilação cambial em um país com instabilidade institucional
Com o cenário político, o mercado financeiro do Brasil foi na contramão mundial. O Ibovespa caiu 4,5%, recuo que fica ainda maior em dólar. A moeda norte-americana saltou 3%, a R$ 5,30, com desvalorização do real.
A situação passará a ficar mais clara para o futuro próximo (e longo) da economia somente após o resultado da urna, claro. Mas não só isso, é preciso observar no detalhe as falas de quem será presidente, para quem ele entregará o bastão do Ministério da Economia e quem será sua equipe econômica, que terá seu currículo e pensamentos rastreados instantaneamente pelo mercado financeiro, que buscará antecipar o que vem por aí.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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