O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Prestes a completar dois anos de operação, o Pix, sistema de pagamento instantâneo e digital do Banco Central (BC), caiu no gosto da população. Já admitido como uma revolução bancária, ele está disponível na maioria das transações financeiras, da compra online à feirinha do final de semana. Só aqui no Rio Grande do Sul, de novembro de 2020, quando o sistema começou a funcionar, até agosto (o mês com levantamento mais recente), foram 885,9 milhões de transferências liquidadas utilizando o sistema, de acordo com dados do BC enviados à coluna.
Esse montante representa 4,4% das transações no Brasil e 36,2% da região Sul. Em termos monetários, foram movimentados R$ 538,4 bilhões no Estado no período, só com o Pix. Na Região Sul, no mesmo tempo, foram R$ 1,8 trilhão. E no Brasil, R$ 10,37 trilhões.
São vários números, mas que ajudam a demonstrar como o Pix vem ganhando força a cada mês. O gráfico abaixo, que mostra a evolução das transações no Rio Grande do Sul, evidencia isso. Com exceção de janeiro de 2022 frente a dezembro de 2021 — e nesse caso, é preciso considerar o pico do final de ano, com as compras de Natal e Ano Novo — todos os meses registraram aumento de movimentações com o Pix. Se comparar agosto deste ano com o do ano passado, houve um crescimento de 138,5% no uso do sistema.
O Banco Central também disse à coluna que o Rio Grande do Sul teve 7,49 milhões de usuários que fizeram ou receberam pelo menos um Pix desde seu lançamento, sendo 90% desse montante pessoas físicas, e 10% pessoas jurídicas — ou seja, empresas.
A coluna recebeu esses dados na semana em que o Banco Central divulgou o Relatório de Economia Bancária (REB) de 2021 e destacou a inclusão financeira com o Pix. A instituição financeira concluiu que 49 milhões de pessoas no país passaram a fazer transferências eletrônicas após a criação do Pix. No Rio Grande do Sul, da população que não fez nenhuma transferência nos 12 meses antes do início do Pix, 18,1 % passou a utilizar o sistema.
Apesar da escalada no uso, a região Sul ainda é a que tem maior número de pessoas que não aderiram ao sistema. Alguns desafios precisam ser enfrentados, principalmente de segurança. O fato da transação financeira acontecer rapidamente pode facilitar alguns golpes, como aqueles em que criminosos se passam por familiares nas redes sociais. No último ano, porém, o Banco Central aumentou os mecanismos para deixar o Pix mais seguro.
— Em 2021 o Banco Central tomou uma série de medidas para aprimorar a segurança do Pix. Hoje pode customizar limite de transferência, como horário e também selecionado contatos. Também há ferramenta de bloqueio cautelar, que bloqueia transações suspeitas. Foi desenvolvido, ainda, um mecanismo especial de devolução, que permite que recursos sejam devolvidos, comprovado a fraude ou erro — disse Renato Gomes, diretor de organização do sistema financeiro e de resolução do Banco Central.
E o que vem por aí?
Na coletiva em que mostrou os resultados do Pix, o Banco Central também falou sobre novidades para o sistema de pagamento. Uma das mais aguardadas é o Pix Internacional, que vai permitir transações entre países.
— Existe uma agenda que envolve o Pix Internacional, que prioriza os parceiros latino-americanos. Já há tratativas com os bancos centrais da Colômbia, do Uruguai e do Peru — anunciou Gomes.
Também estão sendo trabalhados serviços que vão permitir que se faça um Pix mesmo que um dos dois usuários envolvidos na transação estejam sem acesso à internet, e que haja parcelamento pelo sistema de pagamento — algo que já é oferecido por algumas instituições privadas, mas que contará com o trabalho do Banco Central. Para essas três novidades, ainda não há prazo para implantação.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna
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