Mais de 350 mil empresas estão com dívidas atrasadas no Rio Grande do Sul. É o que mostra um levantamento que a Serasa Experian enviou à coluna. De acordo com a instituição, o mês de junho fechou com 351.995 negócios inadimplentes no Estado, com dívidas que, somadas, atingem R$ 7,326 bilhões. Segundo o governo federal, existem 1,3 milhões de empresas ativas em solo gaúcho. Isso significa que 26% delas estão com contas atrasadas.
Apesar do número alto, são 775 empresas inadimplentes a menos do que em maio, e 40 mil a menos do que em junho do ano passado, quando havia 392.144 companhias com contas atrasadas a pagar. Ou seja, em um ano, houve uma redução de 10%. A Serasa também enviou como foi o desempenho no mesmo período de 2020, no início das restrições pela covid-19. À época, eram 394 mil empresas inadimplentes. Já no sexto mês de 2019, antes da crise de coronavírus, eram 351.206 companhias com dívidas em atraso. Ou seja, em termos que quantidade de empresas, junho de 2022 se iguala ao patamar pré-pandemia.
O valor médio de cada uma das 3,3 milhões de dívidas fica em R$ 2.193,28. Cada empresa inadimplente tem, em média, 9,5 contas atrasadas a pagar. Isso significa que, cada negócio deve, em média, R$ 20.812,93. Portanto, o total de contas a pagar soma R$ 7,3 bilhões. Lembrando que endividamento não é o mesmo que inadimplência: no primeiro caso, refere-se a qualquer conta em dívida (inclusive parcelamento de compras). Já a inadimplência se dá quando a dívida não é paga.
A Serasa também enviou o ranking com os Estados com empresas mais inadimplentes em junho. Em primeiro lugar fica São Paulo, que tem mais de 2 milhões de negócios com dívidas atrasadas. Na sequência vem Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. O Rio Grande do Sul ficou na quinta posição. Mas nessa classificação é importante considerar, claro, que Estados como de São Paulo também têm mais empresas ativas.
No Brasil, são 6,2 milhões de negócios com contas negativadas em junho. A maioria das dívidas foi contraída pelos empreendedores no setor de Serviços (27,4%) seguido pelo segmento de Bancos e Cartões (19,1%).
— Com o poder de compra impactado pela alta inflação, os consumidores passam a comprar menos e isso afeta diretamente o fluxo de caixa das empresas, que não conseguem recursos suficientes para pagar suas contas. Esse cenário pode se arrastar por alguns meses até que a economia brasileira alcance a estabilidade — analisa o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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