A partir da compra de uma nova tecnologia que permite fabricar roupas íntimas sem precisar de costura, o Grupo Crisdu, com sede em Igrejinha, trouxe para o Rio Grande do Sul parte da produção que estava sendo feita na China. Totalmente digitalizadas, as 10 máquinas importadas da Itália já estão em funcionamento. Foram investidos 2 milhões de euros (R$ 10,7 milhões) na tecnologia "Seamless". Antes, esse trabalho era feito no país asiático, e eram necessários 10 contêineres por ano para trazer os produtos finalizados.
Com o aumento da produção no Estado (140 mil peças ao ano), a empresa precisou contratar 50 novos funcionários. No total, o Grupo Crisdu emprega 1,2 mil pessoas para a produção de itens de confecção. Detalhe curioso é que as máquinas foram instaladas no prédio de Três Coroas que a fabricante arrematou em leilão da Crysalis, calçadista que teve falência decretada. Relembre: Após leilão de bens, fábrica de calçadista falida voltará a funcionar com novo dono
Atualmente, o Grupo Crisdu exporta um terço da produção. A empresa prevê um crescimento de 15% no faturamento neste ano, puxado especialmente pelo mercado externo. Até dezembro de 2022, o parque fabril terá sua capacidade dobrada, com um total de 20 máquinas trabalhando 24 horas por dia. A intenção é passar a usar a tecnologia também para a produção de moda fitness, ou seja, para a prática de exercícios físicos.
Criado em 2005 na cidade de Igrejinha, no Vale do Paranhana, região nacionalmente reconhecida como produtora de calçados, a empresa tem unidades fabris em Igrejinha, Taquara, Esteio e Três Coroas. Além do território nacional, ela está presente em países como Uruguai, Paraguai, Chile, Peru, México, Panamá, Costa Rica e Portugal. O Grupo Crisdu é dono das marcas Romance, Favorita, Next Underwear e Euro.
O CEO Eduardo Perez Nogueira respondeu a perguntas da coluna:
É na unidade que a empresa comprou da Crysalis?
Sim, a unidade de produtos Seamless foi instalada na fábrica que compramos e que era Crysalis Calçados, em Três Coroas. Hoje, temos 400 colaboradores neste prédio. O grupo tem 1,2 mil funcionários, com fábricas em Igrejinha, Taquara e Três Coroas.
Qual foi o investimento feito na compra das máquinas?
Investimento será de 2 milhões de euros. As máquinas são importadas da Itália. São as melhores máquinas do mercado de produtos Seamless.
Será necessário ampliar a estrutura física e os empregos?
Teremos um incremento de 50 colaboradores. A unidade funciona no sistema de 24 horas de produção.
As máquinas são capazes de dobrar produção?
Essas máquinas vêm para tirarmos a importação de produtos sem costura, que era feita toda na China. Importávamos mais de 10 contêineres de produtos acabados por ano. Tiramos a produção da China para fabricar no Brasil, e, o que é ainda melhor, no Rio Grande do Sul.
Os produtos a mais são para Brasil ou Exterior?
Hoje, o Grupo Crisdu exporta mais de 30% de sua produção. Nossa meta é fechar o ano perto de 35% de exportação.
Há previsão do impacto faturamento atual da empresa?
Estamos prevendo um crescimento esse ano em 15%, puxado especialmente pelo mercado externo. Este novo parque fabril deverá ter uma participação importante neste incremento.
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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