Dois itens de peso no orçamento familiar estão mais baratos: a gasolina e o leite. Chamou a atenção dos leitores e da coluna que ambos estão sendo vendidos já a menos de R$ 5 o litro no Rio Grande do Sul. Sim, são valores ainda altos para boa parte da população, mas bem menores do que o consumidor vinha pagando.
No caso da gasolina, a redução teve início ainda em junho, quando os impostos federais foram zerados. Naquele mês, a média do Estado superou R$ 7, segundo a pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Em julho, se intensificou com a redução do ICMS, determinada pela mesma lei federal. A pesquisa da agência reguladora não está sendo divulgada nas últimas duas semanas devido a um ataque hacker, mas a coluna sabe do litro sendo vendido a menos de R$ 5 em várias cidades da região metropolitana de Porto Alegre, do Vale do Sinos e até na zona sul do Estado. Repasses estão ocorrendo também por outros custos menores, mesmo que a Petrobras não tenha, nos últimos dias, anunciado nova redução nas refinarias para a gasolina. O etanol, apesar de alto, também teve recuo e é adicionado à gasolina, assim como o diesel é usado para transportá-la. Este teve dois cortes recentes anunciados pela Petrobras, sendo o segundo nessa sexta-feira (12). Desde fevereiro de 2021, a média da ANP para a gasolina não fica abaixo dos R$ 5.
Já o litro do leite, que vem sendo o vilão da inflação, está recuando nas últimas duas semanas. Segundo a indústria do setor, o motivo é a entrada da safra gaúcha. Diretor do Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat-RS), Darlan Palharini vê possibilidade de queda mais intensa a partir de outubro, quando começam as safras de Minas Gerais e Goiás. Ainda assim, não se aposta que voltará ao patamar anterior à disparada. Caiu a oferta de leite no Estado, além do que, apesar da queda, diesel e energia seguem em patamares mais altos.
Ao fim e ao cabo, essas reduções devem levar a um índice baixo de inflação também em agosto. Em julho, houve deflação, exatamente pela redução tributária. Novo recuo deve fazer com que a inflação acumulada de 12 meses, volte, depois de um bom tempo, a ficar abaixo dos dois dígitos. Apesar do índice negativo do mês passado, o IPCA seguiu acima dos 10%.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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