O jornalista Daniel Giussani colabora com a colunista Giane Guerra, titular deste espaço
Está mais caro manter assinaturas de streamings — aquelas plataformas em que é possível assistir filmes, séries, novelas e escutar músicas quando quiser. No cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, o preço desses serviços subiu 8,08% em 2022. Se olhar no acumulado de 12 meses, a elevação é de 20,53%. É praticamente o dobro da inflação na região metropolitana de Porto Alegre no mesmo período, que foi de 10,68%.
O aumento nos preços testa a fidelidade do consumidor — que está cada vez com mais opções, mas que sente a pressão no bolso por uma inflação generalizada —, ao passo que também bota em prova a sustentabilidade das grandes companhias, que cresceram muito nos últimos anos oferecendo esse tipo de serviço.
Reflexos disso podem ser vistos nos resultados apresentados pelas empresas aos acionistas neste primeiro semestre. A gigante Netflix, por exemplo, anunciou na semana passada a perda de 1,2 milhão de assinantes pelo mundo nos seis primeiros meses do ano. Ela também está estudando a possibilidade de oferecer pacotes mais baratos, mas com publicidade. Além disso, a partir de agosto, em alguns países da América Latina — o Brasil ficou de fora — usuários serão cobrados pelo compartilhamento de senhas.
Para o consumidor, a inflação dos streamings é sentida a cada reajuste das mensalidades — como aconteceu recentemente com a Amazon Prime Video, que subiu 50%, indo de R$ 9,90 para R$ 14,90 — como também no lançamento de novas plataformas, que acabam acrescentando suas mensalidades no combo de serviços. Para se ter uma ideia, considerando a assinatura individual de nove plataformas disponíveis aqui no Brasil, o custo mensal pode chegar a mais de R$ 260.
O programa Acerto de Contas (domingos, às 6h, na Rádio Gaúcha) conversou com Eliane Tanabe Deliberali, planejadora financeira da Planejar, para pegar dicas de como economizar, sem abrir mão desse entretenimento. A primeira orientação, segundo ela, é analisar se aquela plataforma, em específico, está sendo usada — e se vale o valor desembolsado.
— Algumas famílias estão consumindo os streamings avulsos, vão assinando sem colocar no papel o valor total de gastos. Não percebe que está incorporando custos fixos. Uma dica é sempre dar uma olhada nos canais de entretenimento para avaliar o objetivo com a qual a família pretende ter a assinatura, e se está tendo o benefício. Se não estiver mais sendo utilizado, cancelar e contratar somente aquilo que consome — ela fala.
Outra orientação é fazer assinaturas temporárias para consumir vários conteúdos de uma mesma plataforma na sequência. É uma boa opção, principalmente para famílias em que nem todos querem usar o mesmo serviço ao mesmo tempo. Mas é preciso ficar atento, porque, em alguns casos, o usuário pode perder uma promoção que já tinha adquirido quando cancela e quer refazer a assinatura depois.
Também acontece de as plataformas permitem que se compartilhe as contas com amigos e familiares. A depender do serviço, já existem pacotes que são mais caros, mas que foram criados especificamente para dividir as contas.
Eliane também recomenda ficar de olho nas promoções e pacotes especiais. Não é raro ver empresas diferentes se juntarem para oferecerem combos mais atrativos financeiramente. Em alguns casos, plataformas de streaming de áudio, como Spotify, por exemplo, dão descontos também para estudantes.
— Você tem promoção que às vezes são temporárias, ou propostas de cashback, com retorno. Algumas também oferecem cupons para outros tipos de consumo. Sempre é bom estar atento às promoções para usufruir daquele investimento que está sendo feito.
A principal dica, porém, continua sendo colocar na ponta do lápis o que está gastando, e o que, de fato, está sendo consumindo. Se você mora sozinho, é uma decisão mais individual. Já se você está em uma família, esse deve ser um assunto a ser discutido, diz a especialista:
— Eu atendo algumas famílias que gastam até R$ 240 com streamings, fora a internet. É um custo fixo relevante. É preciso avaliar se o custo benefício está sendo vantajoso. Para quem convive com famílias grandes, é importante fazer uma conversa para definir quanto quer gastar com entretenimento. Determinar um orçamento é uma dica interessante, e aí, claro, precisa fazer concessões.
Tempos atrás, o colega Ticiano Osório, colunista de cinema de GZH, criou 22 combos a R$ 50 por mês. Confira as dicas clicando aqui.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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