Uma cifra surpreendente saiu do anúncio da Ocean Winds sobre o que pretende investir em energia eólica offshore no Rio Grande do Sul: R$ 100 bilhões a R$ 120 bilhões. Joint-venture da francesa Engie com a portuguesa EDP Energias Renováveis, ela já tem projetos nos Estados Unidos, Europa e Ásia. Aqui, a ideia é colocar parques eólicos no mar em propostas que já estão com pedido de licenciamento em andamento no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Joel Maraschin conta que a ideia é iniciar as obras entre 2025 e 2026. Há condicionantes além do licenciamento, como o regramento para exploração do offshore em costa marítima e capacidade de linhas de transmissão para transportar a energia. Maraschin conta que a empresa pretende instalar grande estrutura no distrito industrial de Rio Grande, pela proximidade do porto.
- Ela precisa receber o equipamento pelo porto. Como o distrito industrial é do Estado, vamos conduzir com eles a escolha das áreas. Tem, por exemplo, o espaço que era usado pelo Estaleiro Rio Grande. Para eles, o vento (matéria-prima da energia eólica) é ótimo no local, forte e constante - disse ele, que participou da assinatura de um memorando de entendimento, uma espécie de pré-contrato.
Ainda com dados que chamam a atenção, a Ocean Winds falou em geração de 10 mil a 14 mil empregos na construção dos parques eólicos offshore. Na operação, serão de 4 mil a 5,5 mil postos de trabalho. As unidades terão capacidade de gerar 7,2 gigawatts
O Rio Grande do Sul está há algum tempo no radar da empresa, que lançou a unidade brasileira nesta semana. Estão em fase de licenciamento 15 gigawatts, divididos em Vento Tupi (1 GW), Maral (2 GW), Ventos do Atlântico (5 GW), Tramandaí offshore (700 MW) e Ventos do Sul (6,5 GW).
Quem alertou a coluna sobre a importância do anúncio foi Daniela Cardeal, diretora do Sindicato das Indústrias de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS). Entusiasta também da energia eólica com equipamentos instalados em água, ela participa das discussões para uso dessa geração para produzir o hidrogênio verde, combustível que tanto a Europa quer comprar do Brasil dentro do seu projeto de transição energética. Aliás, a Ocean Winds, no lançamento da unidade brasileira, falou no desenvolvimento de projetos deste tipo de hidrogênio para diversificar a matriz, garantir a segurança energética do país e buscar um custo competitivo para o consumidor em relação a fontes fósseis.
Sobre a capacidade de investimento tão grande do setor, Daniela se mostra confiante e diz:
- Imagina que cada megawatt instalado em terra custa US$ 1 milhão. Nas águas do mar, custa US$ 2,5 milhões. Este número é uma referência mundial. Empresas gigantes como a Ocean Winds têm recursos próprios e há financiamentos internacionais. A Engie é um dos maiores operadores do mundo - argumenta a diretora do Sindienergia-RS.
Ouça o comentário sobre o potencial eólico do país no programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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