Como está a saúde financeira dos moradores de Porto Alegre? Uma pesquisa recém feita  pelos Cartórios de Protesto do Rio Grande do Sul faz um raio-x da situação. Os resultados do estudo "Impacto Financeiro" foram antecipados à coluna, que selecionou os pontos que mais chamam a atenção:

- 45% consideram que sua vida financeira está afetada pela economia, sendo que um terço deles diz que está muito afetada
- 40% estão com a renda menor do que antes da pandemia
- 41% deixaram de pagar alguma conta neste ano
- As faixas de dívidas com mais pessoas são de R$ 500 a R$ 1 mil e de R$ 1,5 mil a R$ 2 mil
- A dívida que lidera a inadimplência é o cartão de crédito, citada por 43% dos entrevistados. Como já é atraso na fatura, essas pessoas estão no rotativo, que tem o juro mais alto do mercado. No ano passado, estava em 35%. E outra alerta: a segunda dívida mais citada tem exatamente a segunda taxa mais cara: cheque especial. 

- 64% dizem que a alta que mais impacta no orçamento é a dos alimentos, seguida por 24% que citam os combustíveis como o maior peso

E o que as pessoas estão fazendo para gastar menos? Os comportamentos mais citados são evitar compras por impulso, buscar marcas mais baratas, mudar os locais de compras, procurar promoções e anotar gastos. No corte de consumo, entraram itens supérfluos no supermercado, pedidos de comida por delivery, idas a restaurantes e cinemas, TV por assinatura e streaming, e salões de beleza. 

Para fechar, 68% dos entrevistados disseram não ter reserva de emergência. A parcela é nove pontos percentuais acima do mesmo período do ano passado. Presidente do Instituto de Estudos de Protesto do Rio Grande do Sul, Romário Pazutti Mezzari lembra que muitos consumidores usaram suas economias para pagar gastos do cotidiano em tempos de inflação. 

Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br) 
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br) Leia aqui outras notícias da coluna 

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