A indústria gaúcha do vestuário segue forte no Brasil, mantendo uma fatia de mercado de quase 15%. No Estado, são 3 mil empresas — a maioria micro e pequenos negócios. Segundo Silvio Colombo, presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário do RS (Sivergs) e integrante da direção da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), a procura por produtos nacionais aumentou bastante, especialmente com a pandemia.
— As grandes magazines estão se voltando muito mais para os produtores nacionais. Não é questão de custos, e sim de logística. A pandemia limitou muito a importação de produtos. Portos ficaram fechados por muito tempo e houve desabastecimento — disse em entrevista à coluna.
Colombo disse que parte da nacionalização de têxteis se deve, especialmente, à política de covid zero na China, que fecha fábricas e portos, gerando a falta desses produtos no Brasil.
— Pior do que estar caro é não ter o produto. A pandemia mostrou uma dependência muito grande do vestuário importado do Oriente. As empresas (brasileiras) começaram a se equipar melhor e investir. Oferecem novos produtos para atender essa demanda crescente dentro do Estado e do Brasil.
Entretanto, apesar do aumento da produção nacional, a guerra na Ucrânia impacta diretamente na compra de insumos. Grande parte das peças usadas tem como matéria-prima o petróleo, que disparou de preço nos últimos meses.
— O aumento do petróleo impacta diretamente na venda de sintéticos e de aviamentos como os botões, e praticamente todos vêm do petróleo. A gente teve um impacto de 40% só com esse aumento do petróleo. A alta do frete também foi muito grande — disse Colombo.
Ouça a entrevista no programa Acerto de Contas, da Rádio Gaúcha:
Veja a entrevista completa em vídeo:
Colaborou Guilherme Gonçalves
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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