A demissão - de novo - de mais um presidente da Petrobras surpreendeu quando foi divulgada à noite passada. É o quarto na gestão do governo federal, sendo que o último está há 39 dias no cargo. O que muda? As apostas das instituições financeiras são de que não haverá alteração significativa, mas difícil é pagar para ver.
Nos relatórios que circulam no mercado, o entendimento é de que as políticas de governança da Petrobras evitariam mudança na política de preços. A gasolina já não aumenta desde março. O diesel teve reajuste recente porque a defasagem estava muito grande, gerando risco de desabastecimento. Ontem, outra notícia importante foi de que o fornecimento de gás boliviano será reduzido em 30%, o que levaria a Petrobras a importar mais em tempos de disparada no preço no mercado internacional, especialmente com a guerra.
Além disso, o indicado, Caio Paes de Andrade, é liberal, o que, em tese, afastaria interferência política em uma empresa de capital aberto, mesmo que controlada pelo governo. Uma fonte que trabalhou com ele no Ministério da Economia disse que é muito "habilidoso" e que fará uma grande gestão da Petrobras.
Isso se chegar a assumir, já que há interpretações de que seu currículo não atende às exigências da lei das estatais para assumir o cargo. Pelo estatuto, a eleição ocorrerá daqui a 30 dias, ou seja, tem tempo ainda pela frente. Órgãos da Petrobras precisavam posicionar-se sobre a indicação antes disso.
No geral, a análise é de que foi mais um recado do presidente Jair Bolsonaro de que é contra a alta dos combustíveis e que está se mexendo para mudar isso, mesmo que, na verdade, nada seja alterado. Ainda assim, as ações caem, enquanto se aguarda outros sinais do que essa mudança pode provocar.
Já o preço dos combustíveis mantém-se estável nas últimas semanas. Aqui no Rio Grande do Sul, até tem caído alguns centavos, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), com o litro sendo vendido a R$ 6,90 em média. O petróleo está em alta, com o barril a US$ 113. Já o dólar até estava caindo nos últimos dias, mas sobe um pouco hoje exatamente por essa insegurança gerada no mercado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe: Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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