Não é torcida pelo juro alto, mas a Selic traz oportunidades para quem investe. Aplicações financeiras de renda fixa estão com rentabilidade mais atrativa. Para os estrangeiros e também para os brasileiros que conseguem guardar dinheiro. Porém, é importante lembrar que, quando o retorno não está atrelado à inflação, a alta nos preços acaba por corroer parte da vantagem. Considere isso no cálculo em busca do tão sonhado 1% ao mês.
No caso do Tesouro Direto, o IPCA+ está pagando a inflação mais um juro anual de mais de 5,8%. É uma boa forma de proteger da alta de preços o dinheiro aplicado, além de garantir um bom retorno até o vencimento. Parece pouco, mas até pouco tempo, ele estava pagando 4%. A diferença é grande para um longo prazo e sobre valores mais altos. Mesmo os títulos atrelados à Selic acompanham inflação porque o Banco Central aumenta ela conforme sobem os preços. A Selic de 11,75% com previsão de subir até início de 2023 está superando bem a inflação.
Há, ainda, fundos de inflação, que também ajudam em tempos de alta, como se sinaliza para 2022, especialmente com a guerra inflacionária entre Rússia e Ucrânia. Fique de olho, porém, nas taxas de administração. Compare.
Além dos títulos públicos do Tesouro, há os privados, como CDBs, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio). Esses dois últimos ainda contam com isenção de Imposto de Renda. No caso dos CDBs, há opções com rendimento parecido e até maior ao título público IPCA+ com prazos de aplicação acima de um ano. Hoje mesmo recebi uma proposta com retorno superior a +15%.
E a poupança? A caderneta deixou de ter a rentabilidade aumentada junto da Selic quando o Banco Central aumentou a taxa para mais de 8,5%. Agora, o retorno da poupança está limitado a 0,5% ao mês, ou 6,17% ao ano, mais a variação da TR. Com a Selic acima de dois dígitos, a TR também deixa de ter retorno zero, ou seja, traz um pouco de rentabilidade a mais.
A inflação medida pelo IPCA no acumulado em 12 meses é de 10,54%. A rentabilidade da poupança descontada a inflação medida pelo IPCA em 12 meses no mês de fevereiro de 2022 é de -6,01%. Isso significa que o poupador teve perda de poder aquisitivo. Porém, nos últimos quatro meses, essa perda tem sido menor.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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