Está mais em conta ter dinheiro aplicado no Tesouro Direto, um investimento interessante para substituir a poupança, que está com rendimento bem abaixo da inflação. Desde o dia 1º, a taxa de custódia dos títulos caiu de 0,25% para 0,2% do valor dos papéis. A redução é uma parceria entre Tesouro Nacional e B3, a bolsa de valores de São Paulo. A custódia (manutenção) dos títulos públicos comprados por pessoas físicas cabe à bolsa, que recebe uma remuneração pelo serviço duas vezes por ano. Ela também incide em pagamento de juros, venda do título a terceiros ou encerramento da posição do investidor.
A ideia, claro, é atrair mais investidores e, segundo o Tesouro, mostrar à população como o governo se financia. Isso porque comprar títulos do Tesouro Direto é emprestar dinheiro ao governo federal, que, então, paga juros ao investidor. Como a garantia é da União, diz-se que o Tesouro é tão ou mais seguro do que a poupança, um aspecto que os investidores conservadores se preocupam muito. O risco de "calote" é baixíssimo.
No início do Tesouro Direto, em 2002, bancos e corretoras cobravam taxa de administração, e a B3 tinha taxa de custódia de 0,5%. Ao longo dos anos, as de administração deixaram de existir e a de custódia caiu progressivamente, até chegar a 0,25% em 2019. Em agosto de 2020, ficaram isentos investimentos de até R$ 10 mil no Tesouro Selic, título corrigido pelo juro básico da economia brasileira.
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Mais novidade
Para marcar os 20 anos em 2022, o Tesouro Direto também prepara o lançamento de um título voltado a aposentadoria individual dos investidores. Ele será chamado de Tesouro Direto – Previdência. A ideia é que tenha uma acumulação de 30 a 40 anos. Neste período, o investidor não receberá juro. Se ele quiser garantir uma renda de R$ 5 mil por 20 anos, saberá qual a quantidade de títulos do Tesouro que precisará comprar.
E para 2022?
O cenário de elevação da taxa de juro Selic também tende a elevar as taxas pagas a investidores no Tesouro Direto. As incertezas políticas, especialmente em ano de eleição, também tendem a fazer com o governo federal oferece juro maior para atrair investidores. Indiretamente, tem o impacto também do andamento da pandemia e do endurecimento da política monetária dos Estados Unidos. Ambos tendem, também, a aumentar o juro ao longo do ano.
Mais sobre o Tesouro direto:
Título do Tesouro Direto: título da dívida pública emitido pelo governo federal. Na prática, significa emprestar para o governo, por isso, é considerado muito seguro. Além do imposto de renda, há desconto de 0,25% ao ano de custódia. O investidor pode sacar o dinheiro antes do fim do prazo contratado, sujeito a flutuação do preço de mercado. A maioria dos bancos e corretoras não cobra taxa. Há três tipos:
Tesouro Prefixado: título que paga uma taxa predefinida no prazo contratado. O investidor pode resgatar antes do vencimento, mas a rentabilidade pode ser maior ou menor do que a taxa contratada.
Tesouro IPCA+: título que remunera a variação da inflação (IPCA) mais uma taxa adicional. O investidor pode resgatar antes do prazo, mas a rentabilidade pode ser maior ou menor do que a contratada.
Tesouro Selic: título que acompanha taxa de juros básica da economia. É o mais estável, e o investidor não corre riscos de perdas se fizer resgate antecipado.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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