Só para destacar qual é a pegada da empresa, Javier Quiñones acumula os cargos de CEO e diretor de Sustentabilidade nos Estados Unidos da IKEA, gigante mundial com origem sueca de móveis e decoração. Ele foi destaque na 112ª NRF, feira de varejo aqui em Nova York, em um painel que começou com dados da Deloitte mostrando que 72% dos entrevistados acreditam que a mudança climática é uma emergência, mas apenas 55% compraram um produto ou serviço sustentável nas últimas quatro semanas e 30% disseram que pagaram mais por esse produto ou serviço.
Quando Quiñones entrou na IKEA em 1997 como trabalhador de meio turno, a primeira coisa que fez foi frequentar uma formação em sustentabilidade. Hoje, diz que ter as duas posições na empresa é muito natural. Não senta em reuniões e "tira um chapéu para colocar o outro", disse.
- Trata-se de viver pelo exemplo. É parte de quem eu sou e parte do papel de todos os líderes da IKEA. Faz parte do DNA da empresa.
Segundo ele, a rede de lojas inclusive colabora com fornecedores para criar condições de trabalho justas e busca inspirar clientes a viver de forma mais sustentável. Além disso, sinalizou que a ideia é que o sustentável não seja, necessariamente, mais caro.
- Queremos tornar a sustentabilidade acessível para muitos, não apenas para alguns.
Em 2015, a empresa decidiu apostar na iluminação LED e eliminar quaisquer outros tipos de lâmpadas. Quando esse esforço começou, as lâmpadas LED custavam US$ 7 a US$ 8. Agora, estão em US$ 1,29. Em 2021, criou um programa de recompra e revenda para dar uma segunda vida aos móveis IKEA em boas condições, também continuou a investir em reflorestamento, além de parques solares e eólicos.
- Fizemos um bom progresso. Atualmente, 60% dos materiais usados pela IKEA são renováveis e 10% são reciclados. A ambição é atingir um total combinado de 100% até 2030.
Para quem está começando, o executivo disse que os esforços de sustentabilidade devem partir do núcleo da empresa, com líderes dispostos a se comprometer totalmente. Isso exige uma mudança cultural, não acontece da noite para o dia.
- Tem que ser um pilar, a sustentabilidade tem que vir do presidente da empresa. Sem esse pilar, você vai desaparecer. Terá menos consumidores querendo comprar de você e seus funcionários buscarão outro local para trabalhar.
Faça um plano de longo prazo, mesmo que seja difícil neste momento, diz ele. Até lá, Quiñones sugere colocar metas de curto prazo, que sejam medidas.
- Comece com pequenos passos, mas não fique parado. O varejo tem um papel de liderança. Comece com o movimento, ficar paralisado não é uma opção.
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* A coluna Acerto de Contas, do Grupo RBS, está em Nova York para cobrir a 112a. NRF, feira anual de varejo, a convite de Sindilojas Porto Alegre e CDL Porto Alegre. Participa do grupo FFX Eperience.