Após reajustes ao longo do ano que chegaram aos dois dígitos, um novo aumento bem maior está previsto para o gás natural em 1º de janeiro de 2022. A Petrobras aplicará reajustes de 50%. Aliás, a elevação proposta inicialmente pela estatal era até maior, mas discussão com o setor fez a empresa recuar no valor.
Vários Estados estão conseguindo liminares para impedir a alta, além de reclamações ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). O Rio Grande do Sul, por enquanto, não está entre eles. A Petrobras tem dito que irá recorrer das liminares. Segundo ela, o aumento na renovação de contratos é repasse da alta de custo e do preço do gás natural, além da menor oferta mundial. O preço também tem subido no Exterior.
"Não temos a informação sobre possível ação do Estado neste sentido, mas estamos acompanhando as movimentações sendo feitas pelo Brasil afora dado a importância desse tema. Lembramos que o potencial reajuste a ser feito pela Sulgás, será por causa exclusiva do aumento do custo da molécula do gás repassado em contrato pela Petrobras, e que a data de aplicação ainda não está definida.", disse a Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás), em nota enviada à coluna.
Tradicionalmente, após a definição do percentual pela Petrobras, a Sulgás demora alguns dias para anunciar quais são os reajustes para os clientes do Rio Grande do Sul. Porém, sempre avisa que, por contrato, deve ser feito o repasse do aumento praticado pela Petrobras. Os percentuais costumam ser diferentes para indústrias, comércio e residências, além do gás natural veicular (GNV) vendido a postos e tão usado por taxistas e motoristas de aplicativo. Várias transportadoras de cargas também têm substituído a frota por caminhões movidos a gás natural, que é ainda um combustível fóssil, mas considerado de transição no modelo energético por poluir menos.
É esperada para o início do próximo ano a deliberação do Cade sobre o assunto, que vai examinar o pedido para que as condições de mercado sejam mantidas inalteradas até que haja concorrência no setor. Apesar da aprovação da Nova Lei do Gás, que visa a abertura do mercado, a Petrobras ainda é responsável por 80% de todo o gás natural comercializado no Brasil.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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