A conta de luz da Região Metropolitana de Porto Alegre acumula a segunda maior alta do país em 12 meses. É um aumento de 36,4%, atrás apenas da região de Vitória (ES). Na média do país, o aumento é de 30,3%. O recorte da pesquisa é da LCA Consultores com dados da inflação oficial do país, medida pelo IBGE.
- A depender do andar da carruagem dos indexadores em 12 meses - como IPCA e IGP-M - , ou mesmo alguma compensação específica regional, o reajuste autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) em cada região pode ser diferente - explica o economista da LCA, Fábio Romão.
O economista pondera que 2021, no entanto, deve fechar com alta média de 21,3% na conta de luz. Mas o alívio é matemático. Ele ocorrerá porque dezembro de 2020 já teve a pressão da bandeira vermelha na conta de luz, o que eleva a base de comparação de preços.
Mas vem mais altas por aí. Para 2022, a Aneel calcula que o reajuste da tarifa será de 21,04% para cobrir o rombo gerado pela crise energética neste ano. O Brasil vive a pior escassez hídrica dos últimos 91 anos. Por conta disso, o governo teve que acionar usinas termelétricas para garantir o fornecimento de eletricidade, o que aumentou o custo da energia. O governo federal já disse estudar como reduzir esse impacto.
A tarifa é parte da conta de luz, que é composta por outros itens, como a cobrança extra mensal pela bandeira tarifária, tributos e taxa de iluminação pública. Os profissionais consultados pela coluna não souberam dizer exatamente qual a diferença deles para Porto Alegre em relação às demais regiões.
No caso da bandeira tarifária, há a expectativa de que ela volte a ser vermelha patamar 1 em 2022. Se isso ocorrer vai tirar um peso de 10%, projeta o economista Fábio Romão.
- Como a bandeira "escassez hídrica" representa uma cobrança bastante pesada e extraordinária, qualquer outra bandeira tarifária - inclusive, a vermelha - representará alívio pontual para o consumidor.
Aqui no Rio Grande de do Sul, está previsto na semana que vem o reajuste tarifário anual da CEEE Equatorial. O efeito médio para o consumidor deve ficar em +9,52%, com altas variando entre 6,01% e 10,85%.
Já na virada do ano, há o alívio previsto do ICMS. As alíquotas majoradas de 30% para energia elétrica voltarão a ser de 25%, o mesmo que ocorrerá com a gasolina.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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