Já é o terceiro mês consecutivo de queda nas vendas de veículos no Rio Grande do Sul. Em outubro sobre setembro, o recuo foi de 3,14%. O emplacamento de 12.418 unidades é o menor desde os meses do primeiro trimestre do ano, quando o comércio enfrentou novos fechamentos com o agravamento da pandemia. Na comparação com outubro do ano passado, a queda é bem forte: -19,54%. Na média nacional, o recuo foi de 24,48%, motivado pela falta de peças a espera de até meses por veículos, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos (Fenabrave).
Sobre setembro, apenas automóveis de passeio e ônibus não tiveram queda. No entanto, são os mesmos dois segmentos que estão negativos no acumulado do ano, mesmo que em cima de uma base impactada pela pandemia. De janeiro a outubro de 2021 sobre o mesmo período de 2020, a venda de veículos tem aumento de 7,8% ainda. Caminhões têm o melhor resultado (+68%). Mas automóveis e ônibus recuaram quase 7%.
Os dados são do levantamento mensal do Sincodiv-RS. Presidente do sindicato, Paulo Siqueira já tinha apontado como motivo a falta de veículos novos devido à escassez de peças na indústria. Lembra, no entanto, que não é um fenômeno restrito ao Brasil. Na verdade, é um problema econômico geral da economia, mas tem afetado com mais força a indústria automotiva. Em especial, a escassez de chips para veículos, que são mais complexos do que para outros produtos. Fábricas paralisaram produção por meses e ainda fazem suspensões periódicas. A situação eleva preços dos automóveis novos, que estão novamente entre as principais pressões de alta da inflação brasileira.
Isso provoca, também, aumento nos preços dos carros usados, o que deixa o seguro mais caro e aumentará o IPVA para 2022, pois ambos têm como base a Tabela Fipe. Há modelos com valorização de mais de 30% em um ano. Em um mercado normal, o automóvel perde entre 15% a 20% do seu valor após um ano de uso. O custo de manutenção está maior, e há escassez de peças também para conserto.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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