Enquanto o consumidor mal consegue digerir a última alta nas bombas, a Petrobras já fez novo reajuste nos preços dos combustíveis, provocado por dólar e petróleo em alta. O setor é complexo e tem dificuldades estruturais, além de estar sendo afetado por uma conjuntura adversa política e econômica. Na entrevista do presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do RS (Sulpetro-RS), João Carlos Dal'Aqua, ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha, a coluna perguntou o que podia ser feito de imediato para amenizar as altas. Ele apontou: congelamento do preço de pauta do ICMS, reduzir o etanol na mistura da gasolina e a criação do tão debatido fundo de equalização. Confira:
O que poderia ser feito, agora, para que se aliviasse esse impacto do preço dos combustíveis?
Essa é aquela pergunta de alguns bilhões de dólares. Uma das propostas, que eu acho que é importante, é nós revermos essa questão do ICMS. De alguma maneira, não vai solucionar, e pode até trazer alguns transtornos aos Estados, mas nós mudarmos essa política de revisão constante, a cada 15 dias, que isso também gera um efeito inflacionário para cima. Se nós conseguirmos estabilizar a cobrança do ICMS, já ajudaria. Esse projeto que está na Câmara fala em 8%, 7%, nesse momento. Poderia ser um auxílio. Um outro auxílio que nós temos, talvez seja de reduzir o percentual de biocombustível na gasolina. Hoje nós temos 27% do álcool, que está mais caro que o fóssil. Seria uma alternativa que estaria na mão do governo. Mas como a gente fala, toda ação gera uma reação. E é tudo interconectado. Tu toma uma medida aqui, vai dar reflexo ali. Essa é uma medida que poderia ajudar, sim. E, se fosse possível, que o governo não tem hoje, é o famoso colchão. Tu cria um colchão para que, quando houvesse oscilações, tu usar esse colchão. Mas isso se cria em momentos de bonança, não agora nesta crise. Para este momento, o que a gente prega é consumo prudente, cautela, e passar por isso. Não tem como ser diferente. As oscilações do mercado internacional vão continuar ocorrendo. Se o dólar der uma arrefecida, ajudaria muito.
Ouça a entrevista completa para a Rádio Gaúcha, feita antes do anúncio da Petrobras de reajuste nos preços do diesel e da gasolina:
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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