Depois de um longo período surfando em uma onda de otimismo, o mercado financeiro tem tido dias de estresse. O Ibovespa já devolveu os ganhos do ano, e o dólar dispara ao maior nível em meses. Já caindo nos últimos dias, o índice da bolsa de valores de São Paulo abriu com nova queda nesta quinta-feira (19). O dólar sobe para R$ 5,43 na cotação comercial de venda.
Hoje, em especial, o Exterior está tenso. O minério de ferro cai cerca de 13% e o petróleo recua 4%. São duas commodities com impacto direto nas ações da Vale e na Petrobras, estatais brasileiras com forte peso no Ibovespa. E o motivo para essa queda?
- Indicadores fracos na China, medo de retirada de estímulos nos EUA e variante Delta crescendo - lista os motivos Wagner Salaverry, sócio da Quantitas Asset.
Nesta semana, China divulgou desaceleração na alta das vendas do varejo e na produção da indústria. Dos Estados Unidos, também não vieram dados bons. São as maiores economias do mundo, servindo de motores para os outros países. Entre eles, o Brasil. Enquanto o mercado doméstico não engata uma retomada, chineses e norte-americanos têm sido clientes que garantem as encomendas a indústrias gaúchas e sustentaram o PIB do início de 2021. À tarde passada, o Federal Reserve, que é o banco central norte-americano, sinalizou com retirada de estímulos à economia porque teme a inflação.
Aqui no Brasil, temos problemas extras. Tanto que o real tem a maior desvalorização em relação ao dólar do que as demais moedas. O adiamento da reforma tributária que desagrada empresas, a tensão entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) e a preocupação com a situação fiscal do país afastam investidores estrangeiros e seus dólares. Além disso, a inflação aqui preocupa muito - ainda mais com o dólar subindo, mesmo com a queda de commodities. E sabe-se que isso provocará alta de juro, o que deixa o crédito mais caro e tira esse estimulante da economia.
Enfim, há problemas para serem resolvidos no curto prazo. E isso que nem falamos do medo do setor produtivo de que a crise hídrica venha a provocar um racionamento de energia no Brasil.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Equipe:
Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
Francine Silva (francine.silva@rdgaucha.com.br)
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