Reverter a falência da Martau é a meta do sócio-proprietário Milton Martins. Em uma longa conversa com a coluna nesta segunda-feira (19), o empresário disse que a empresa está aguardando a notificação da decisão judicial para recorrer com uma apelação. Fundada em 1961, a tradicional marca e indústria de ventiladores e eletroportáteis de Porto Alegre teve a falência decretada na semana passada.
A falência ocorreu após o plano de recuperação judicial ter sido reprovado pelos credores. Mas Martins diz que a assembleia em que ele foi apreciado foi atípica, com a Caixa Econômica Federal pedindo mais uma semana para analisar a proposta de reestruturação e outro credor, a Cerras & Cerras, mudando de posicionamento após votar contra.
As dívidas somam R$ 18 milhões, sendo que R$ 3 milhões são com o sócio-proprietário que aportou dinheiro próprio na Martau. Segundo ele, o patrimônio também supera de longe o endividamento.
- Os ativos chegam a R$ 12 milhões e tem mais R$ 10 milhões do valor de avaliação da marca.
A indústria entrou em recuperação judicial no final de 2019. Mas a retomada da empresa, segundo Martins, foi atropelada pela pandemia:
- O ano passado não existiu. Quem compraria ventiladores e chamaria alguém para instalar na sua casa com o medo do coronavírus? Mas, desde abril de 2021, estamos fechando os meses no positivo. Não é o suficiente para encerrar a recuperação judicial, mas é uma retomada da empresa.
Ele garante que está com projetos encaminhados para isso, com possibilidade de abrir até 50 empregos. Entre eles, há uma parceria com uma indústria de Santa Catarina para produção dos tradicionais ventiladores de mesa da marca, começando com 100 mil unidades.
- A batalha não terminou. Não vamos medir esforços para salvar a marca 100% gaúcha - finaliza o empresário já com a voz embargada.
A empresa tem unidades em Porto Alegre e Alvorada, que estão fechadas desde a semana passada por determinação judicial. Se não for revertida a falência, os bens irão a leilão.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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