Com sede no Rio Grande do Sul, a Gonçalves Calçados está fechando a sua fábrica no Paraguai. A produção já está sendo transferida para a unidade que tem no Ceará. A decisão chama a atenção por ser uma reversão de um movimento iniciado há alguns anos, quando fabricantes de calçados e confecções começaram a abrir operações no país vizinho com incentivos fiscais da Lei Maquila. À coluna, o gerente comercial e de vendas Deivis Gonçalves elencou motivos para a transferência que estão diretamente ligados com o custo de produção e a logística.
— Estamos com uma gradual redução dos custos produtivos brasileiros, especialmente uma desburocratização para exportar. Há alguns anos, o câmbio também favorecia a Lei Maquila, mas hoje a importação está mais cara. Além disso, temos uma questão do mercado. Com a pandemia, o lojista quer novas coleções em um prazo mais curto para vender e entregar com agilidade ao cliente. Essa logística é facilitada com a operação no Ceará — comenta.
A unidade no Paraguai foi instalada há quatro anos na Cidade do Leste. Ela produzia calçados para o mercado interno brasileiro e emprega 50 pessoas, que serão demitidas. Três delas são brasileiros que estão retornando para trabalhar na operação em Canindé (CE). A ideia é retomar os empregos gradativamente.
A unidade no Nordeste tem cerca de 600 funcionários e também produz para vender no mercado interno. Já a produção para exportar representa 50% dos negócios e ocorre na sede da Gonçalves Calçados, em Rolante, onde ficam 380 funcionários. Aliás, a empresa está com expectativas altas para o mercado internacional. As maiores exportações vão para os Estados Unidos e o Reino Unido, onde a economia avança com a vacinação.
— As exportações devem crescer entre 10% e 15%. O mercado interno deve seguir estável, com a mesma produção do ano passado — projeta.
Atualmente, a empresa produz 150 mil calçados por mês. A operação no Paraguai deixa de funcionar no dia 20 de junho.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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