Quem leu a coluna na semana passada encheu o tanque antes da alta de preços que ocorre nos postos de combustíveis desde a tarde dessa terça-feira (19). A reportagem de GZH percorre os estabelecimentos e tem verificado que o preço se aproxima dos R$ 6. Alertamos para a alta do etanol anidro, que foi repassada pelas distribuidoras aos postos de combustíveis em reajustes de 8 a 15 centavos no litro da gasolina comum. E não tinha sido o primeiro aumento recente por esse motivo.
A mistura do etanol anidro é obrigatória na gasolina. O preço sobe pela redução na oferta do produto. A retomada da circulação elevou consumo. Só que a safra de cana de açúcar atrasou, adiando a moagem pelas usinas. O economista João Fernandes, da Quantitas Asset, já havia avisado que maio seria um mês difícil. Pelo monitoramento do presidente do Sulpetro, sindicato que representa os postos de combustíveis no Rio Grande do Sul, João Carlos Dal'Aqua, a normalização no fornecimento de etanol é esperada somente a partir da segunda metade de junho, quando deve-se atingir a plena safra. Mas aí temos os outros fatores que impactam os preços.
Entrou em vigor no domingo (16) o novo preço de pauta do preço da gasolina: R$ 5,81, ou seja, um aumento de 15 centavos. Ele é usado para calcular o ICMS a ser recolhido e é definido pela Receita Estadual por uma média do preço cobrado nas semanas anteriores. Observe aqui que a elevação de agora nas bombas tende a provocar novo aumento no tributo a ser pago daqui a 15 dias, quando a tabela for atualizada.
Por outro lado, a dólar em uma patamar "menos alto", com o recuo das últimas semanas, tem evitado a pressão para que a Petrobras eleve preços nas refinarias, mesmo com eventuais aumentos no preço do petróleo. São os dois fatores que a estatal observa para reajustar os valores, tanto do diesel, quanto da gasolina e do gás. Claro que também se observa como será a política de preços da nova direção da empresa. Desde que assumiu, houve um único ajuste, que foi uma redução de 5 centavos.
Por mais que se diga que o combustível tem uma demanda "inelástica", ou seja, é difícil de aumentar ou cair por movimentações de preços, há um limite na capacidade de pagamento do consumidor. Além disso, há um efeito em cascata na inflação
- O litro a R$ 6 é duro - diz o presidente do Sulpetro, reforçando que preços altos e oscilações também são ruins para os postos, que ficam na ponta, ligando uma cadeia econômica complexa ao consumidor final.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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