Lembro de a coluna ter avisado ainda em 2020 quando o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) passou dos 10%. Ele avançou mais agora em maio e já está em 37% no acumulado de 12 meses, que é o parâmetro usado para o reajuste de contratos, que vão do seu aluguel até a tarifa da energia elétrica. A sensação que dá é de que não há limites.
Para calcular o IGP-M, a Fundação Getúlio Vargas usa os preços no atacado, os custos da construção civil e a inflação para o consumidor. Todos estão em elevação. A maior intensidade vem das matérias-primas, que provocam, depois, um efeito em cascata.
- Os preços de commodities importantes voltaram a pressionar a inflação ao produtor. Minério de ferro (+20,64%), cana-de-açúcar (+18,65%) e milho (+10,48%) responderam por 62,9% do resultado do índice do atacado - afirma André Braz, coordenador dos Índices de Preços.
Só para pegar os itens citados por Braz, observem que o minério de ferro afeta a construção civil e de infraestrutura, além da indústria em geral. A cana-de-açúcar com a safra atrasada impacta no açúcar, nos alimentos e no etanol, que já se reflete no preço da gasolina na qual é misturado. O milho, por sua vez, aumenta alimentos produzidos com ele e também carnes, pois é usado para alimentar animais.
Quando isso vai parar? Não será em 2021, já avisou o Fundo Monetário Internacional (FMI). A expectativa é de que quedas nas commodities ocorram em 2022 apenas: O "boom" que atinge o seu bolso perderá força só no ano que vem
A orientação da coluna, vocês sabem, é antecipar-se no que for possível. Procure o dono do imóvel ou a outra parte do contrato e explique que um reajuste de 40% será complicado de absorver. É alto demais. Renegocie antes mesmo de receber o boleto para evitar sustos.
Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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