O preço da gasolina comum caiu pela segunda semana consecutiva no postos de combustíveis do Rio Grande do Sul. E, aliás, foram as duas únicas quedas de 2021 até agora na pesquisa semanal da Agência Nacional do Petróleo (ANP). A última redução foi de 24 centavos, para um valor médio de R$ 5,47. Na semana anterior, a queda tinha sido de 10 centavos. A coluna recebe relatos que apontam o litro a R$ 5,19 em postos de Porto Alegre.
Mas e qual a tendência? Por um lado, essas reduções se refletirão no preço de pauta, usado para cálculo do ICMS a ser recolhido pela gasolina. A partir do dia 16, o valor passa para R$ 5,70, uma redução de 14 centavos, mas que vem depois de altas fortes. No litro, o valor pago em tributo cai menos de cinco centavos. Subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira reforça que os preços de referência vão se ajustando de acordo com o que é efetivamente praticado nos postos, já que o cálculo do governo usa as notas fiscais eletrônicas.
Com a continuidade da redução nas bombas, o valor de pauta cairia mais. Mas atenção para os demais fatores que influenciam o preço da gasolina. Um deles é, claro, o consumo. Com menor circulação, cai a demanda o que pode pressionar preços para baixo. Só que o receio, agora, está lá na refinaria. A Petrobras hoje, terça-feira (6), teria espaço para aumentar a gasolina em 12%, que é a defasagem na comparação com o Exterior, calculou para a coluna o economista João Fernandes, da Quantitas Asset. Ele explica que o petróleo subiu e o dólar se mantém em patamar alto em relação ao real.
- A cotação internacional do petróleo se recuperou após a queda de alguns dias atrás. O mundo segue com uma perspectiva de crescimento positiva, mantendo a ideia de que a demanda por combustível vai continuar se recuperando. Enquanto isso, a oferta de petróleo ainda aumenta paulatinamente de acordo com a OPEC+ (organização dos países exportadores) - detalha o economia.
Ele considera um contexto do dólar permanecendo alto, na casa dos R$ 5,60 a R$ 5,70.
- O "gap" voltou a aumentar e já sugere uma elevação do preço na refinaria. Contudo, a Petrobras vem tolerando uma defasagem maior antes de promover o aumento. Talvez, tenhamos que ver um "gap" ainda maior para ela efetivamente agir - segue o economista.
O dólar tem oscilado bastante, apesar de se manter alto. Hoje, por exemplo, a moeda tende a se valorizar. Os riscos fiscais e políticos estão no radar dos investidores, o que impacta no câmbio. Por outro lado, o ânimo com a vacinação pode crescer.
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Mudança na Petrobras
A assembleia para definir sobre a troca no comando da Petrobras está marcada para 12 de abril, quando acionistas avaliarão os nomes indicados. Inclusive, a indicação do general Joaquim Luna e Silva para substituir o presidente da estatal Roberto Castello Branco, criticado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro. Castello Branco prometeu seguir o preço internacional até sair do cargo.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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