A rede de supermercados Dia já bateu o martelo de que as lojas do Rio Grande do Sul serão fechadas até a próxima sexta-feira (18). Mas a coluna apurou que há vários interessados em comprar as operações pensando em manter o funcionamento. Empresários gaúchos confirmaram ter feito proposta para adquirir alguns pontos de venda, próximos dos locais onde atuam ou no padrão das suas próprias redes.
No entanto, o mercado de supermercados e pessoas que têm negócios com a rede espanhola falam que há uma proposta grande, que pode abranger até 40 supermercados dos 70 que a marca tem no Rio Grande do Sul. Essa negociação, inclusive, acaba por travar outras propostas de compra.
A expectativa é de que, se isso for confirmado, diversos contratos possam ser mantidos. A locação dos imóveis, por exemplo, foi acordada para um prazo bem mais longo do que os nove anos que o Dia operou no Estado. Outra questão é a recolocação dos 753 funcionários que perderão o emprego. Estava marcada para esta quarta-feira (16) uma reunião com o Sindicato dos Empregados do Comércio de Porto Alegre (Sindec), mas ela foi adiada.
Algumas lojas podem até ser encerradas antes de sexta-feira (18) conforme forem acabando os produtos. A empresa está com descontos agressivos de até 70% para liquidar o estoque, o que tem formado filas na frente dos mercados.
Na conversa com funcionários, a direção admitiu que a rede não se adequou bem ao perfil de consumo do mercado gaúcho. Para prestadores de serviços, informou ainda que a operação do Rio Grande do Sul tem um faturamento muito abaixo das outras do país. O Dia atua ainda em São Paulo e Minas Gerais. São quase 880 lojas no país, sendo que as 70 do Rio Grande do Sul serão fechadas. Com a saída do mercado gaúcho, a rede demitirá os 753 funcionários.
O Dia chegou a ter mais de 80 supermercados no Rio Grande do Sul. Com sede na Espanha, a rede começou a atuar no Estado em 2011. Operava com lojas próprias e franquias, apostando em operações mais enxutas e preço baixo. A ideia era ser um supermercado de bairro. Para o consumidor gaúcho, o Dia desenvolveu cerca de 30 produtos de marca própria. Tem um centro de pesquisa em Novo Hamburgo e um centro de distribuição em Nova Santa Rita, dos quais ainda não se sabe o destino.
No ano passado, o Dia foi comprado por um fundo de investimentos russo, mas manteve a sede global na Espanha. Ainda em fevereiro de 2020, a rede anunciou uma mudança na presidência da operação no Brasil. Na ocasião, o Dia tinha 900 lojas e pretendia fazer uma reestruturação. Em 2019, tinha fechado 300 pontos de venda, sendo a maioria franquias.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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