As concessionárias podem seguir com a venda online de veículos em Porto Alegre. A restrição estabelecida pela prefeitura de Porto Alegre se refere apenas ao ponto de venda, que não pode abrir dentro do objetivo do governo municipal de conter o contágio pelo coronavírus. A garantia é do secretário extraordinário de Enfrentamento do Coronavírus de Porto Alegre, Bruno Miragem, que conversou com a coluna nesta quarta-feira (8).
A ponderação, no entanto, é que a entrega não pode mais ser feita na loja. A concessionária teria que levar o carro ou outro veículo até o cliente, em um sistema tradicional de delivery, usado por outras operações de comércio. Miragem, inclusive, diz que o test drive pode ocorrer, desde que o funcionário vá até o consumidor com o carro. O objetivo é evitar circulação nos pontos de venda, tanto no setor de veículo como nos demais.
- O que não está proibido segue permitido. Não tem como listarmos no decreto tudo o que está permitido. Elencamos o que não pode, com algumas exceções - explica o secretário, que é jurista e já foi procurador-geral do Município de Porto Alegre.
A possibilidade de "takeaway", que é a compra remota com entrega presencial, e depois de reabertura das concessionárias era uma exceção. A prefeitura entendeu agora que não deveria fazer essa diferenciação. No entanto, o e-commerce com delivery segue permitido. Os cartórios também seguem funcionando na Capital, apenas com horários reduzidos. É preciso ir até o local para encaminhar documentação.
Concessionárias, inclusive, seguem vendendo, lançando a fatura dos veículos e emitindo nota fiscal. É o caso da Jardine Sponchiado, que foi consultada pela coluna nesta manhã. Os vendedores estão trabalhando em home office, atendendo principalmente pelo WhatsApp. Há a possibilidade de pegar o carro após o período de restrições, mas a rede também está apostando em atender o cliente onde ele estiver.
- Estamos batalhando para manter a receita da empresa. E é boa oportunidade para negociar. A montadora também precisa vender, oferecendo bônus e condições muito especiais de pagamento. Para o negócio ocorrer, precisamos de 50% de vontade de vender, o que temos, com 50% da vontade do consumidor de comprar, que é o nosso desafio agora - detalhou José Luiz Moreira, gerente operacional do Grupo Sponchiado, que trabalha com a Chevrolet (General Motors).
Presidente do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Estado (Sincodiv-RS), Paulo Ricardo Siqueira ainda mostra receio apesar da garantia do secretário Bruno Miragem. Para ele, o ideal seria estar expresso no texto de um decreto que é permitido vender remotamente e fazer a entrega.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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