Chamado de prévia da inflação oficial, o IPCA-15 aponta para mais um mês de deflação no Rio Grande do Sul. Na coleta de preços que é feita na região metropolitana de Porto Alegre, o IBGE calculou um indicador de -0,69%, mais negativo dos que o -0,59% da média nacional, que foi a mais intensa desde o Plano Real, em 1994.
Março e abril já registraram deflação na pesquisa do IBGE aqui. Com isso, o acumulado de 12 meses fica com um IPCA de +1,35%, o que é uma inflação bastante baixa, sendo menos da metade da meta do governo para o ano. No país, o indicador fica em +1,96%
As principais pressões de queda têm sido da gasolina e da passagem aérea. Até mesmo os alimentos, que subiram de preço no início da pandemia, estão com altas menores.
Apesar de um certo alívio trazido pela deflação neste momento, é uma queda de preços longe de ser comemorada. Também teremos uma deflação de serviços, provocada pela retração generalizada na demanda. Não há espaço para aumento de preços. Muitos, inclusive, seguem proibidos de funcionar. Teremos, portanto, uma deflação de demanda. O bom seria termos a inflação de 4% que era a meta do governo federal, mas este é um cenário não mais possível com a greve crise provocada pela covid-19.
- Você está com uma das maiores recessões que o Brasil já passou, isso gera um efeito muito substancial sobre o consumo, até porque você terá um aumento muito grande do desemprego. Acaba passando o ano todo com uma demanda muito deprimida, o que significa a pressão para baixo dos preços porque as pessoas não compram. O consumo de bens e serviços vai continuar em um patamar baixo, mesmo a partir do momento em que se tenha uma recuperação - comenta João Fernandes, economista da Quantitas Asset.
Colunista Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Colaborou Daniel Giussani (daniel.giussani@zerohora.com.br)
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